O salário mínimo brasileiro terá reajuste de R$ 103 a partir de janeiro de 2026, passando dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.621, segundo confirmou o Ministério do Planejamento e Orçamento nesta quarta-feira (10).
O novo valor será sentido pelos trabalhadores no pagamento de fevereiro e afeta diretamente mais de 59 milhões de brasileiros que recebem o piso nacional ou benefícios atrelados a ele.
O reajuste de 6,79% ficou abaixo das primeiras projeções feitas pelo próprio governo. Em março, o PLDO previa um salário mínimo de R$ 1.630, e a LDO aprovada na semana passada indicava R$ 1.627. A diferença se deve à desaceleração da inflação medida pelo INPC nos últimos meses.
O cálculo oficial considera dois fatores:
- Inflação acumulada pelo INPC, que está em 4,18% em 12 meses;
- Crescimento do PIB, estimado em 3,4% para 2024, segundo dados revisados do IBGE.
Esse modelo segue a política permanente de valorização do salário mínimo, que combina reposição inflacionária com ganho real baseado na atividade econômica.
Aumento amplia despesas do governo em mais de R$ 44 bilhões
A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, a despesa obrigatória do governo sobe cerca de R$ 429,3 milhões. Assim, o acréscimo de R$ 103 deve gerar impacto de R$ 44,2 bilhões nas contas públicas em 2026, conforme projeção incluída na LDO aprovada pelo Congresso.
Esse efeito ocorre porque nenhum benefício previdenciário ou assistencial pode ser inferior ao salário mínimo. O reajuste, portanto, altera valores pagos por:
- aposentadorias e pensões do INSS,
- seguro-desemprego,
- abono salarial,
- Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Técnicos da equipe econômica afirmam que o novo valor respeita a fórmula de reajuste e mantém a trajetória de valorização real do salário mínimo, sem romper com o compromisso fiscal estabelecido.
A pasta lembra ainda que a redução natural da inflação nos últimos meses evitou um reajuste maior, mas reforçou que o ganho real permanece garantido pela regra atual.
Quando o trabalhador sente o aumento?
O novo salário mínimo entra em vigor em 1º de janeiro de 2026, mas o trabalhador verá o reajuste no pagamento de fevereiro, referente ao mês trabalhado já com o valor atualizado.
Benefícios do INSS também começam a ser pagos com reajuste a partir da primeira folha de 2026.




