O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) interditou, nesta segunda-feira (17), duas das piscinas naturais mais famosas de Fernando de Noronha: o Buraco do Galego, conhecido como “Buraco do Neymar”, e a Lasca da Velha, ambas localizadas na Praia do Cachorro. A decisão, tomada em conjunto com a Administração da Ilha, ocorre por tempo indeterminado.
A medida foi adotada após uma série de denúncias de uso irregular, conflitos entre visitantes e prestadores de serviço e relatos de atividade turística não regulamentada. Segundo o instituto, o local vinha registrando aumento de violência, dificuldade de acesso e riscos à integridade da área — especialmente durante o período de mar agitado.
Os dois pontos ganharam notoriedade internacional em 2018, quando uma foto de Neymar Jr. e Bruna Marquezine, feita pelo fotógrafo Raul Aragão, viralizou e chegou a integrar uma exposição fora do país. A imagem transformou o Buraco do Galego em parada obrigatória para turistas, provocando longas filas em busca do clique “instagramável”.
Com a popularidade, vieram também os problemas: superlotação, degradação ambiental, desrespeito às regras de visitação e crescimento de serviços turísticos sem autorização.

ICMBio aponta conflitos e risco elevado
De acordo com Mário Douglas Fortini, coordenador de Ordenamento Territorial do ICMBio em Noronha, a interdição se tornou inevitável diante da escalada de conflitos no local.
“O principal motivo é o conflito atual deflagrado entre usuários e prestadores de serviço. Também fomos informados sobre prestação de serviço não regulamentado, o que não é permitido e ainda dificulta o acesso público”, afirmou.
Além da desordem, o ICMBio destaca que o período de mar agitado aumenta significativamente o risco de acidentes, reforçando a necessidade de bloqueio temporário.
Placas instaladas e fiscalização reforçada
Placas de proibição foram instaladas nesta terça-feira (18), e bombeiros devem orientar visitantes. Quem tentar acessar as piscinas poderá ser abordado, e a Polícia Militar pode ser acionada. Medidas administrativas estão previstas para quem descumprir a interdição.
A reabertura depende de estudos de ordenamento marítimo na Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha, e não há prazo definido para liberação.




