O WhatsApp foi oficialmente banido de todos os dispositivos de trabalho da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, segundo um memorando interno obtido pelo portal Axios. A medida, comunicada na segunda-feira (23) pelo Diretor Administrativo da Câmara (CAO), Catherine Szpindor, obriga parlamentares e servidores a desinstalarem o aplicativo de celulares e computadores utilizados para fins institucionais.
O motivo alegado para a decisão é a falta de transparência nas práticas de proteção de dados do WhatsApp, aliada a possíveis vulnerabilidades de segurança cibernética, incluindo ausência de criptografia em dados armazenados, segundo o setor de cibersegurança da Câmara.
“Proteger a Casa do Povo é nossa prioridade máxima. Monitoramos constantemente riscos cibernéticos que possam comprometer a integridade dos dados dos membros do Congresso e seus funcionários”, afirmou a CAO em nota oficial.
A Meta, empresa controladora do WhatsApp, reagiu imediatamente à decisão, classificando a proibição como injusta. Em publicação na rede X (antigo Twitter), Andy Stone, porta-voz da companhia, afirmou:
“Discordamos da caracterização do Diretor Administrativo nos termos mais fortes possíveis. O WhatsApp oferece níveis de segurança superiores à maioria dos aplicativos aprovados pela Câmara.”
Stone ressaltou que a criptografia de ponta a ponta do mensageiro é uma das mais avançadas do mercado e questionou o fato de aplicativos menos seguros, como Microsoft Teams e iMessage, terem sido autorizados como alternativas recomendadas.
Risco crescente: espionagem e monetização em pauta
A preocupação com o WhatsApp entre autoridades norte-americanas não é nova. Em janeiro, a própria Meta confirmou que usuários da plataforma haviam sido alvo de ataques com spyware da empresa israelense Paragon Solutions, entre eles jornalistas e ativistas. A suspeita de que agentes estatais pudessem explorar essas falhas agravou a percepção de risco entre especialistas em cibersegurança do governo.
A medida também ocorre em meio a crescentes críticas à Meta, que enfrenta processos antitruste nos EUA e recentemente anunciou a introdução de anúncios no WhatsApp, como parte da estratégia de monetização que o CEO Mark Zuckerberg considera “o próximo capítulo” da empresa.
Essa não é a primeira vez que o Congresso dos EUA veta o uso de aplicativos populares em seus dispositivos oficiais. Em 2022, o TikTok também foi banido por motivos semelhantes de segurança nacional. O receio é que dados sensíveis possam ser acessados por empresas estrangeiras, com potencial de espionagem ou manipulação.
Agora, com o WhatsApp fora da lista de apps permitidos, o CAO recomenda o uso de alternativas como:
- Microsoft Teams
- Apple iMessage e FaceTime
- Signal
- Amazon Wickr