O programa federal Minha Casa, Minha Vida, que visa facilitar a aquisição de moradia para a classe média, introduziu em abril de 2025 a Faixa 4. Este segmento é direcionado a famílias com renda mensal de até R$ 12 mil. Ele permite financiar propriedades de até R$ 500 mil, em até 420 meses, com uma taxa de juros de 10,5% ao ano.
Apesar dessas condições potencialmente atraentes, a implementação da Faixa 4 ainda não correspondeu às expectativas. A expectativa de governo e construtoras é que o novo segmento ganhe tração ao longo dos próximos meses.
Até agora, a Caixa Econômica Federal relatou um número específico de 7.000 contratos firmados sob esta nova modalidade, enquanto a meta estabelecida é de 120 mil moradias até o término de 2024.
Além disso, o volume de simulações de crédito sinaliza um interesse significativo do público, mas o ritmo de contratações efetivas tem sido aquém do esperado. A adesão lenta é um problema central na alocação de recursos da Faixa 4.
Obstáculos à implementação
Um dos principais desafios para a Faixa 4 é a escassez de imóveis que correspondam aos critérios financeiros e de localização estipulados. Muitas construtoras não estão suficientemente preparadas para atender a demanda específica por imóveis dentro desses limites de preço.
Este cenário tem levado a um foco crescente em imóveis usados, os quais, em grande parte, não se alinham com as ambições de novas construções do programa.
O setor imobiliário trabalha para se ajustar às novas condições do programa, mas a aprovação e construção de novos empreendimentos são processos que demandam tempo. Assim, o crescimento no número de contratações sofre atrasos mesmo com as características mais flexíveis do financiamento disponíveis no programa.