O salário mínimo brasileiro pode subir para R$ 1.630,00 em 2026, conforme previsão apresentada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. O novo valor, que integra o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), representa um aumento real de 7,37% em relação ao mínimo atual (R$ 1.518) e, segundo Tebet, será o maior poder de compra do salário mínimo dos últimos 50 anos.
A proposta do governo foi calculada com base na fórmula já estabelecida, que combina:
- Inflação medida pelo INPC (estimada em 4,76% até novembro de 2025);
- Crescimento real do PIB, com teto de 2,5%.
Esse modelo visa garantir recomposição do poder de compra dos trabalhadores e, sempre que possível, um ganho real vinculado à evolução da economia.
Simone Tebet alertou que o reajuste do mínimo tem impacto direto nas despesas públicas. A cada real adicionado ao valor do piso nacional, o governo precisa arcar com cerca de R$ 420 milhões a mais, devido à vinculação de benefícios como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e abono salarial.
Mesmo diante do desafio fiscal, a ministra reforçou o compromisso com o novo arcabouço e afirmou que a meta do governo é alcançar um superávit primário de 0,25% do PIB em 2026, o que representa cerca de R$ 34 bilhões.
“O cenário fiscal é desafiador, mas viável. Estamos comprometidos com o equilíbrio das contas públicas”, declarou Tebet.
Salário mínimo até 2029: projeções do governo
Além da previsão para 2026, o PLDO enviado ao Congresso também indica os valores estimados para os anos seguintes. As projeções, que ainda podem ser revistas, são:
- 2027: R$ 1.724
- 2028: R$ 1.823
- 2029: R$ 1.925
Esses números são considerados técnicos e preliminares, baseados em projeções econômicas e fiscais de médio prazo.
Próximos passos: Congresso e sanção presidencial
A proposta de salário mínimo integra o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026, que ainda será discutido e votado pelo Congresso Nacional. Após aprovação nas duas casas, o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por ser um valor de referência para diversos programas sociais, políticas públicas e contratos de trabalho, o reajuste do salário mínimo é uma das principais decisões orçamentárias do governo federal. A discussão deve mobilizar parlamentares, centrais sindicais e economistas ao longo dos próximos meses.