A decisão do governo brasileiro, anunciada em 4 de dezembro, de suspender temporariamente a lista nacional de espécies exóticas invasoras, gerou uma controvérsia significativa. A lista, que incluía a tilápia, foi suspensa pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em resposta às preocupações de produtores e associações do setor.
O objetivo é reavaliar os critérios técnicos e consultar o setor produtivo antes de implementar medidas mais rigorosas.
A tilápia tria sua inclusão na lista de espécies invasoras devido a seu potencial de desequilíbrio ecológico, pois é considerada exótica no Brasil, originária da bacia do rio Nilo. A espécie compete com peixes locais, justificando a preocupação do governo com a diversidade ambiental.
No entanto, a medida provocou receios entre produtores de regiões como Paraná, que dependem economicamente da criação de tilápia.
Impacto econômico e ambiental
A tilápia desempenha um papel crucial na aquicultura brasileira, sendo uma das espécies mais cultivadas. O temor de possíveis restrições levaria a impactos econômicos consideráveis, elevando custos de produção e restringindo competitividade internacional.
Um maior custo de produção poderia levar a uma subida nos preços do pescado, consumido por milhões de brasileiros. Produtores temem que novas exigências de licenciamento ambiental e insegurança jurídica possam prejudicar o setor.
Apesar disso, o governo esclarece que a inclusão na lista tem caráter preventivo, sem proibições imediatas ao cultivo. A tilápia é reconhecida por seu potencial de causar desequilíbrios ambientais, orientando medidas públicas para controle de fugas e proteção dos ecossistemas locais.



