Em 1995, quando a internet engatinhava e a ideia de turismo espacial parecia ficção científica, Stephen Hawking descreveu um futuro que muitos julgavam impossível. Trinta anos depois, as previsões ousadas do físico britânico estão se concretizando de forma impressionante, revelando sua genialidade e sua capacidade única de antecipar tendências.
Durante sua participação no programa Tomorrow’s World, da BBC, Hawking afirmou que a corrida espacial deixaria de ser exclusividade de governos e passaria a contar com grandes empresas privadas. Hoje, isso é uma realidade com SpaceX, Blue Origin e outras companhias que investem em turismo espacial, mineração de asteroides e até projetos de colonização de outros planetas.
Ele também alertou para o acúmulo de lixo espacial, muito antes do tema entrar na agenda global. Atualmente, mais de 100 milhões de fragmentos orbitam a Terra, ameaçando satélites e missões tripuladas.
Inteligência Artificial e conectividade
Hawking previu que a humanidade seria conectada por uma “rede mundial”, algo que hoje conhecemos como internet, impulsionando transformações no modo de viver, trabalhar e se comunicar. Mais do que isso, ele destacou a IA como uma peça central desse futuro — previsão confirmada com a popularização da inteligência artificial generativa, que hoje cria textos, imagens, música e até códigos.
Contudo, Hawking também deixou um alerta: a evolução desregulada da IA poderia colocar a humanidade em risco. Um debate que ganha força diante do crescimento acelerado dessas tecnologias.
O que ele errou — e o que acertou melhor que ninguém
Hawking acertou ao prever a ascensão das big techs, da inteligência artificial e da automação, mas o programa Tomorrow’s World errou em algumas projeções, como a criação de um “supernet” controlado por bancos que levaria a revoltas sociais. Embora isso não tenha acontecido, o aumento da cibersegurança e as ameaças de hackers são realidades incontestáveis.
Por que as previsões de Hawking ainda importam?
Porque elas não apenas anteciparam tecnologias, mas também levantaram alertas éticos e sociais que continuam atuais:
- Como regular a IA para evitar riscos?
- Quem controlará os recursos fora da Terra?
- Qual será o preço da dependência tecnológica?
Hawking morreu em 2018, mas seu legado segue como um guia para as decisões mais importantes da ciência e da sociedade no século 21.