O estudante de medicina e influenciador Edcley Teixeira se pronunciou neste domingo (23), em entrevista ao Fantástico, sobre as acusações de que teria vazado questões do Enem 2025. A polêmica começou quando participantes do exame perceberam que algumas perguntas da prova de matemática e ciências da natureza eram extremamente parecidas — inclusive com números idênticos — às apresentadas por Edcley durante uma transmissão ao vivo.
A repercussão levou o INEP a anular três questões e a acionar a Polícia Federal, que deflagrou a Operação Profetapara investigar possível fraude no exame.
A Polícia Federal cumpriu, neste domingo (23), mandado de busca e apreensão no Ceará, expedido pela Justiça Federal, para apurar crime de fraude em certame público. A ação foi motivada pela detecção, pelo INEP, de um vídeo divulgado antes da prova com questões consideradas “substancialmente similares” às aplicadas no exame oficial.
A PF informou que a investigação busca esclarecer os fatos, identificar eventuais responsáveis pela obtenção e divulgação indevida do conteúdo e apurar possíveis conexões com outros delitos. Em nota, reafirmou o compromisso com a integridade dos concursos públicos e com o combate às fraudes em processos seletivos nacionais.
“Foi coincidência”: o que diz Edcley Teixeira
Na entrevista ao Fantástico, Edcley negou qualquer vazamento e afirmou que a semelhança entre as questões da sua live e as do Enem foi “apenas coincidência”.
Segundo ele, as perguntas apresentadas aos seguidores eram do Prêmio CAPES Talento Universitário de 2023, organizado pelo Ministério da Educação. O influenciador afirmou ter reconhecido um padrão de questões similares, o que o levou a suspeitar que poderiam se tratar de “pré-testes” do Enem — prática utilizada na elaboração da prova para avaliar itens que poderão aparecer em edições futuras.
Durante a transmissão ao vivo, Edcley pediu que os alunos memorizassem questões e ofereceu R$ 10 por item memorizado, o que ele classificou como uma estratégia de publicidade para seu curso. Hoje, considera a iniciativa “infeliz”, mas insiste que não agiu com “má-fé”.
Ele também afirmou que não havia qualquer termo de compromisso ou sigilo relacionado ao uso das questões, nem no edital do Enem, nem no processo de inscrição.
Anulação das questões e nota do INEP
Com a viralização dos vídeos e as denúncias nas redes sociais, o INEP confirmou que três questões da prova foram anuladas. O instituto explicou que os itens em questão haviam sido pré-testados anteriormente e que estudantes podem ter tido acesso a eles antes do exame.
Após a anulação, o órgão acionou oficialmente a Polícia Federal.
“A Polícia Federal foi acionada para apurar a conduta e autoria na divulgação das questões e garantir a responsabilização dos envolvidos”, declarou o INEP.




