Viver até os 100 anos já não é mais algo tão raro no Brasil. Segundo dados do IBGE, o país tem 37.814 centenários, número que cresceu 66,7% em apenas 12 anos. Mas afinal, qual é o segredo para atravessar um século de vida? Para Clarita Carmo Ferrari Gonzales, 101, e Alayde Machado Vieira, 104, entrevistadas pelo Saúde iG, a resposta está em hábitos simples: alimentação natural, contato constante com outras pessoas e uma vida marcada por propósito.
A Bahia lidera o ranking, com 5.336 pessoas acima dos 100 anos, seguida por São Paulo (5.095) e Minas Gerais (4.104). A projeção é que esse grupo continue crescendo nas próximas décadas, o que exigirá novas políticas públicas de saúde e proteção social.
O que dizem as próprias centenárias
Clarita, criada em uma família de imigrantes italianos no Espírito Santo, atribui sua longevidade à alimentação cultivada em casa e à vida comunitária. Já Alayde, do interior do Rio de Janeiro, destaca a infância ativa e a importância de viver cercada de pessoas. Até hoje, dedica-se ao crochê e relembra com orgulho o trabalho em um posto de saúde, onde ajudava vizinhos em situações de vulnerabilidade.
Hábitos que fazem diferença
Especialistas em saúde do idoso reforçam que os conselhos das duas centenárias coincidem com a ciência. Segundo a médica Rayra Perini, os pilares da longevidade estão em:
- manter uma alimentação saudável,
- praticar atividade física,
- evitar álcool e cigarro,
- e cuidar do sono e do estresse.
Para a geriatra Mariana Silveira, o convívio social também é um fator crucial: “Estar cercado de pessoas, compartilhar momentos e ter uma rede de apoio são aspectos que aparecem com frequência na vida de quem chega aos 100 anos”.
O segredo pode ser mais simples do que parece
Entre vacinas, avanços médicos e saneamento, o Brasil vive um processo acelerado de envelhecimento. Mas, como lembram Clarita e Alayde, a essência do bem viver está em práticas cotidianas: comer bem, manter vínculos afetivos e preservar a alegria de estar em comunidade.