Em quatro dias, a cidade de Cruz das Almas, no recôncavo baiano, ficará sem sua única agência do Itaú Unibanco. O fechamento da unidade, localizada no centro do município, está programado para o dia 22 de outubro e afetará diretamente mais de 7,1 mil correntistas, entre aposentados, comerciantes e funcionários de empresas locais.
A decisão gerou forte repercussão entre moradores e trabalhadores do setor bancário. Na última quarta-feira (8), uma audiência pública reuniu representantes da comunidade, sindicatos e autoridades municipais para discutir os impactos do encerramento das atividades e o destino dos clientes.
A agência, que opera há 14 anos em Cruz das Almas, atende 7,2 mil pessoas, incluindo 815 beneficiários do INSS e 1.352 contas vinculadas a empresas da região. Todos os clientes deverão ser transferidos para agências em cidades vizinhas.
A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e o Sindicato dos Bancários da Bahia anunciaram novas ações para tentar reverter a decisão. Uma manifestação está marcada para o dia 15 de outubro, às 9h, em frente à agência.
Durante o encontro realizado na Câmara Municipal, os representantes dos trabalhadores destacaram que o encerramento do serviço representa uma perda importante para a economia local e para a população idosa, que depende do atendimento presencial.
Posicionamento do Itaú
Procurado, o Itaú informou que o fechamento faz parte de um processo de reestruturação de sua rede física, voltado para o fortalecimento dos canais digitais.
Em nota, o banco afirmou que “97% das transações de pessoas físicas já ocorrem pelos canais digitais” e que a estratégia é oferecer uma experiência “mais fluida e hiperpersonalizada”. A instituição acrescentou que as agências continuarão existindo, mas com um modelo mais consultivo e segmentado.
Tendência nacional
O fechamento da unidade de Cruz das Almas se soma a uma série de encerramentos de agências bancárias na Bahia. Cidades como Pedro Alexandre e Chorrochó já enfrentaram situações semelhantes, com decisões judiciais obrigando instituições financeiras a manterem suas operações.
Na capital, Salvador, bancários também realizaram protestos contra o fechamento de agências em bairros como Caminho das Árvores, Brotas e Imbuí, reflexo de uma tendência nacional de digitalização dos serviços financeiros e redução do atendimento presencial.