A Câmara dos Deputados aprovou, em 3 de setembro, um projeto de lei que proíbe qualquer desconto nos benefícios pagos pelo INSS, mesmo com autorização dos beneficiários. A iniciativa surge como resposta a investigações que revelaram bilhões de reais desviados de aposentadorias e pensões, resultado de esquemas fraudulentos.
A medida visa proteger aposentados e pensionistas de cobranças abusivas realizadas por associações e sindicatos.
O projeto, que ainda precisa ser analisado pelo Senado, estabelece que instituições envolvidas em descontos indevidos deverão reembolsar os valores aos beneficiários em até 30 dias. Caso contrário, o INSS assumirá a responsabilidade pelo ressarcimento e buscará recuperar os valores junto às entidades envolvidas.
De acordo com investigações, esses esquemas de fraude deram um prejuízo significativo aos beneficiários, trazendo à tona a necessidade de uma regulamentação mais rígida.
Regras para crédito consignado
Com a aprovação do projeto, novas exigências para a contratação de crédito consignado foram introduzidas. Agora, é necessária uma autorização prévia do beneficiário, formalizada por meio de biometria ou assinatura eletrônica qualificada.
Essa mudança visa garantir que as transações financeiras sejam concretizadas apenas com consentimento válido, reduzindo o risco de fraudes.
Além disso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) passa a ter a responsabilidade de definir as taxas de juros do crédito consignado. Esta alteração procura fornecer maior estabilidade econômica às condições de crédito, afetando diretamente o orçamento de muitos beneficiários.
Responsabilização
Para punir infratores, o projeto inclui o sequestro de bens daqueles que aplicarem descontos indevidos. Essa medida captura não apenas o patrimônio direto dos envolvidos, mas também bens transferidos para terceiros ou associados a empresas dos acusados. Tal abordagem busca ressarcir os lesados, além de desencorajar futuras atividades fraudulentas.
As novas normas visam também identificar ativamente beneficiários prejudicados, garantindo que possam receber os valores descontados de forma irregular.