O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (9) um pacote de investimentos de R$ 2,6 bilhões para impulsionar a indústria naval e de fertilizantes no país. A cerimônia, realizada no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, marcou a retomada de obras e projetos estratégicos da Petrobras na Bahia, paralisados desde 2017.
O principal destaque é a construção de seis embarcações especializadas em controle de vazamentos em alto-mar, que terão motores mais sustentáveis, capazes de reduzir em até 25% as emissões de CO₂. As obras devem durar quatro anos e gerar cerca de 5,4 mil empregos diretos e indiretos.
“Estamos realizando um sonho: retomar os investimentos na indústria naval. A Petrobras é mais do que uma empresa de petróleo — é uma empresa de energia, e tem muito a contribuir com o povo brasileiro”, declarou Lula.
As novas embarcações serão construídas com pelo menos 40% de conteúdo local, fortalecendo a cadeia produtiva nacional. O Fundo da Marinha Mercante (FMM) financiará boa parte do investimento.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que a medida corrige um “período de desmonte” da capacidade produtiva nacional.
“É inconcebível que um país com uma costa como a nossa não tenha uma indústria naval forte. Estamos recuperando empregos, renda e autoestima”, disse.
O Ministério de Portos e Aeroportos também anunciou R$ 611,7 milhões para a construção de 80 embarcações voltadas à ampliação da frota marítima e aquaviária nacional — R$ 550,5 milhões virão do FMM, com potencial de gerar 2 mil novos empregos.
Símbolo da retomada
A Petrobras também assinou um protocolo para usar o Canteiro de São Roque do Paraguaçu em futuros projetos de descomissionamento de plataformas de petróleo e gás, reforçando a presença da estatal no Nordeste.
“A gente não acredita em negócio ruim. Todo projeto precisa ser rentável e gerar benefícios mútuos”, afirmou Magda Chambriard.
Com os anúncios, o governo Lula busca reerguer a indústria naval e de fertilizantes, reduzir importações estratégicase gerar empregos qualificados, especialmente no Nordeste — região duramente afetada pelos desinvestimentos da Petrobras nos últimos anos.