Uma luz avermelhada com formas semelhantes a águas-vivas, registrada no céu de Château de Beynac, no sudoeste da França, intrigou moradores e internautas ao redor do mundo nos últimos dias. As imagens, que rapidamente viralizaram nas redes sociais, geraram especulações que iam desde atividade extraterrestre até testes de armamentos secretos. Diante da repercussão, a NASA veio a público para esclarecer a origem do fenômeno.
O registro mostra estruturas luminosas vermelhas pairando sobre nuvens de tempestade, criando um cenário que muitos internautas compararam a cenas da série Stranger Things, como se o “mundo invertido” tivesse tomado o céu. O formato incomum e a coloração intensa alimentaram teorias improváveis e reacenderam debates sobre fenômenos inexplicáveis.
No entanto, a NASA descartou qualquer relação com OVNIs ou atividades militares. Em comunicado, a agência explicou que o fenômeno faz parte dos chamados Eventos Luminosos Transitórios, descargas elétricas rápidas que ocorrem acima das nuvens de tempestade.
O que são sprites e ELVEs
De acordo com a NASA, o sprite — sigla em inglês para Perturbações Estratosféricas Resultantes da Eletrificação de Tempestades Intensas — é um tipo raro de descarga elétrica que acontece na alta atmosfera, acima da troposfera. Já o ELVE (Emission of Light and Very low-frequency perturbations due to Electromagnetic pulse sources) é ainda mais incomum e surge a partir de pulsos eletromagnéticos extremamente rápidos.

O brilho avermelhado é resultado da interação da energia liberada pelas tempestades com moléculas de nitrogênio presentes nas camadas superiores da atmosfera. Todo o processo dura apenas milésimos de segundo, o que explica por que esses eventos são difíceis de observar a olho nu.
Interesse científico e segurança
Segundo a agência espacial, astronautas da Estação Espacial Internacional conseguem observar esses fenômenos de um ponto privilegiado e já capturaram alguns dos registros mais detalhados conhecidos. Nos Estados Unidos, o projeto Spritacular reúne imagens feitas por fotógrafos amadores para mapear ocorrências e estudar padrões.
A NASA reforça que não há qualquer indício de atividade desconhecida ou risco à população. Especialistas destacam ainda que os sprites não representam perigo para a aviação comercial, pois ocorrem acima das rotas utilizadas por aeronaves.




