A presença de um acompanhante durante consultas médicas — prática cada vez mais adotada por idosos — está se consolidando como um novo benefício para a saúde física e emocional na terceira idade. Um levantamento da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que mais de 90% dos idosos reconhecem ganhos concretosao contar com alguém de confiança nesse momento.
Segundo o estudo, que ouviu 2,8 mil pessoas com 50 anos ou mais, 92% afirmaram que o acompanhante ajudou diretamente durante a consulta, seja formulando perguntas, reforçando recomendações ou auxiliando na compreensão das orientações médicas. Outros 83% disseram sentir-se mais à vontade para compartilhar informações de saúde, e 79% relataram melhor adesão ao tratamento.
Em casos de demência, depressão ou perda de memória, o apoio é indispensável. Um levantamento brasileiro de 2023 mostrou que 11,5% dos idosos têm algum grau de comprometimento cognitivo, o que reforça a importância de uma rede de suporte próxima.
A solidão ainda é um desafio
Apesar dos avanços, o isolamento social continua a ser um problema crescente entre os mais velhos. A mesma pesquisa da Universidade de Michigan mostrou que um terço das pessoas entre 50 e 80 anos ainda se sente solitária e quase o mesmo número relata sensação de isolamento.
Durante a pandemia, o índice chegou a 56%, mas, mesmo com a melhora, os especialistas alertam que o cenário pré-pandemia “já era preocupante”.
“Agora temos maior consciência do impacto da solidão na saúde, especialmente na velhice”, afirma a médica Preeti Malani, uma das autoras do estudo.
Um passo simples, com grandes resultados
Para médicos e especialistas, o simples ato de levar um acompanhante às consultas médicas é hoje uma das medidas mais eficazes — e acessíveis — para melhorar a qualidade de vida, fortalecer vínculos sociais e garantir mais segurança na terceira idade.




