Quando falamos de doenças que marcaram a história da humanidade, a primeira que vem à mente é a peste negra ou peste bulbônica – na verdade, talvez a primeira seja a covid, mas essa vem logo em seguida. A peste negra se espalhou pela Europa e a Ásia no século XIV, exterminando aproximadamente um terço da população europeia.
As dúvidas sobre a peste negra
A bactéria do doença, Yersinia pestis, já existia desde a Idade do Bronze, mas ainda não tinha o conjunto de genes que permitiria que ela sobrevivesse em pulgas, seu principal vetor de transmissão no século XIV. Com isso, os cientistas se questionam como e quando essa doença desenvolveu os genes que permitiram que ela se tornasse tão devastadora. E parece que essa resposta está mais próxima do que nunca.
Segundo a CNN Brasil, uma equipe de pesquisadores conseguiu recuperar o genoma antiga da bactéria da peste negra na Rússia. Graças a isso, eles conseguiram entender melhor a transmissão e a ecologia da doença no passado. Em estudo publicado no periódico Cell, os pesquisadores afirmam que o gado provavelmente teve um papel na disseminação da doença.
De acordo com o Instituto Max Planck de Biologia de Infecções, da Alemanha, existem evidências de que muitas doenças que afetam os humanos surgiram nos últimos 10 mil anos, o que coincide com o período em que começamos a ter animais de estimação e a criar animais como gado.
“A lição é que os humanos nunca estiveram sozinhos nas doenças, e isso é verdade há milhares de anos. As formas como estamos mudando drasticamente o meio ambiente e a conexão entre animais selvagens e domesticados podem alterar como as doenças chegam até nossas comunidades”, afirma o autor principal do estudo, Ian Light-Maka.