A cidade de Londres tornou-se o centro de uma inovação que promete revolucionar a forma como nos movemos debaixo d’água. Trata-se do CudaJet, um jetpack subaquático que permite ao usuário “voar” sob a superfície do mar a velocidades de até 3 metros por segundo, desde que consiga prender a respiração.
O equipamento, voltado para amantes de adrenalina, custa o equivalente a cerca de R$ 162 mil (ou US$ 30 mil) e já conquistou clientes entre donos de superiates de luxo e entusiastas de esportes extremos.

Desenvolvido pelo britânico Archie O’Brien, de 28 anos, o CudaJet foi descrito como uma “das sensações mais próximas do voo humano”. A ideia surgiu durante uma viagem de O’Brien à ilha de Koh Tao, na Tailândia, em 2017, quando ele se interessou por mergulho livre (freediving) e percebeu o potencial de um dispositivo que permitisse movimentos mais rápidos debaixo d’água.
O jovem empreendedor passou cerca de 30 mil horas no desenvolvimento do projeto, desde os primeiros protótipos até a versão final. O jetpack inclui um módulo compacto preso às costas, semelhante a uma mochila, e um painel de controle manual. A fabricação é feita sob encomenda, com tempo estimado de três meses por unidade.
O tempo de uso contínuo pode chegar a 90 minutos, graças à bateria recarregável. No entanto, não há cilindros de oxigênio acoplados, o que significa que os mergulhadores dependem unicamente da capacidade de prender o ar nos pulmões. A profundidade e o tempo de permanência embaixo d’água, portanto, são limitados.
Mercado de luxo e tecnologia sob medida
Desde o lançamento comercial, no início de 2023, quase 100 unidades do CudaJet foram vendidas, principalmente para clientes do mercado de luxo, como proprietários de embarcações de alto padrão. O feedback, segundo O’Brien, tem sido “incrível”.
“O CudaJet oferece algo que poucos dispositivos no mundo conseguem: a sensação de leveza e deslocamento tridimensional, algo quase sobre-humano”, afirma o criador.
Apesar de já existirem outras tecnologias de movimentação subaquática, O’Brien defende que nenhum outro equipamento alcança o mesmo nível de desempenho, autonomia e portabilidade. “Você até pode usar um motor de jet ski, mas não conseguiria carregá-lo nas costas”, diz.
Cuidados e riscos envolvidos
Como qualquer atividade extrema, o uso do CudaJet exige preparo físico e atenção a protocolos de segurança. Os usuários precisam estar aptos a equalizar a pressão dos ouvidos, monitorar o tempo de mergulho e garantir o armazenamento correto do equipamento.
O produto também inclui um dispositivo de flutuação, o que, segundo especialistas, ajuda na segurança, mas impõe desafios técnicos. Um ponto importante é que os “jatos” só funcionam quando completamente submersos, o que exige uma imersão inicial ativa para que o sistema entre em funcionamento.