No litoral norte de Santa Catarina, a praia de Itapoá está passando por processo cada vez mais acelerado de erosão. De acordo com um levantamento da Secretaria de Meio Ambiente do município catarinense, a linha da costa vem tendo um recuo contínuo desde 1957. Segundo o levantamento, que analisou seis pontos da orla, o trecho mais crítico é o Ponto 4, na Avenida dos Pioneiros.
Nesse ponto, a variação da faixa de areia com a maré chegou a 2,5 metros em poucos meses. Em Itapema do Norte, a praia também está sendo “engolida”, com uma oscilação perto de um metro, mostrando como o local responde a alterações do clima e da dinâmica costeira.
Tem como barrar o avanço do mar sobre a praia?
Existem algumas estratégias para tentar barrar a erosão natural da praia, como o uso de enrocamentos, barreiras de pedras ou concreto. Em Itapoá, esse tipo de estrutura já se estende por cerca de 10 km da costa, mas, segundo o levantamento da Secretaria de Meio Ambiente, em quase metade da costa elas têm o “efeito promontório”. Como explica o Correio do Estado, nesse caso, a energia das ondas acaba se concentrando nas extremidades dessas estruturas, consequentemente, intensificando a erosão da praia em trechos vizinhos.
De acordo com o livro Panorama da Erosão Costeira no Brasil, publicado pelo Programa de Geologia e Geofísica Marinha, o Brasil tem cerca de 7,5 mil quilômetros de litoral e cerca de 60% sofre com problemas de erosão e acúmulo. São cerca de 4,5 mil km de litoral afetados pelo problema. É um aumento de 50% em relação ao primeiro levantamento, feito lá em 2003.



