Os moradores da cidade de São Paulo e da Região Metropolitana devem começar 2026 pagando mais caro pelo transporte público. Prefeitura e Governo do Estado devem anunciar ainda nesta semana o reajuste das tarifas de ônibus municipais, metrô, monotrilho, trens e ônibus intermunicipais, com validade já a partir de janeiro.
A definição ocorre nos últimos dias de dezembro, após a conclusão dos estudos técnicos das duas administrações. Embora os percentuais finais ainda não tenham sido oficialmente divulgados, a sinalização é de aumento, seguindo a inflação acumulada no período.
Como ocorre tradicionalmente, o anúncio deve ser feito de forma coordenada entre a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado. A integração tarifária entre ônibus, metrô e trens pelo Bilhete Único, em vigor desde 2006, faz com que os custos e a arrecadação de um sistema impactem diretamente o outro.
Na tarde desta segunda-feira (29), o prefeito Ricardo Nunes se reuniu com secretários estratégicos para fechar a decisão. Participaram do encontro os secretários de Governo, Edson Aparecido; de Planejamento e Eficiência, Clodoaldo Pelizzoni; da Fazenda em exercício, Fabiano Martins; e de Mobilidade Urbana e Transporte, Celso Caldeira.
O governo estadual, por sua vez, aguarda a definição da Prefeitura para oficializar o novo valor das tarifas do sistema sobre trilhos.
Reajuste deve seguir a inflação
Apesar de não haver confirmação oficial dos valores, tanto o prefeito Ricardo Nunes quanto o governador Tarcísio de Freitas já indicaram que os reajustes devem acompanhar os índices inflacionários.
Em declaração feita no dia 20 de dezembro, Nunes afirmou que “vai ser muito difícil não aumentar a tarifa de ônibus em 2026”, reforçando a expectativa de reajuste após o aumento expressivo dos custos do sistema.
Segundo informações apuradas pelo veículo CBN, o reajuste do sistema estadual — que inclui metrô e trens — não deve ultrapassar R$ 0,20. Atualmente, a tarifa é de R$ 5,20. No caso dos ônibus municipais, o percentual ainda está em discussão.
Histórico recente pesa na decisão
Em janeiro de 2025, a tarifa estadual foi reajustada em 4%, abaixo da inflação projetada à época, que era de 5,09%. Já a passagem dos ônibus municipais teve aumento maior: 13,6%, saltando de R$ 4,40 para R$ 5,00, após quatro anos de congelamento.
Para 2026, a expectativa é que os valores não sejam totalmente equalizados entre os sistemas municipal e estadual, já que isso exigiria um aumento mais elevado nos ônibus da capital.
Subsídio bilionário não impede aumento
Mesmo com o alto volume de recursos públicos destinados ao transporte, o reajuste é considerado inevitável. O orçamento da cidade de São Paulo para 2026, aprovado no dia 17 de dezembro pela Câmara Municipal, prevê R$ 11 bilhões para a Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte.
Desse total, R$ 6,22 bilhões serão usados para subsidiar o sistema, incluindo a manutenção da tarifa zero aos domingos. Ainda assim, os custos operacionais crescentes pressionam as contas públicas.




