A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, gerou comoção mundial — e também levantou uma curiosa coincidência que viralizou nas redes sociais: a hora de sua morte, 2h35 pelo horário de Brasília e da Argentina, coincide com os últimos dígitos de sua carteirinha de sócio do clube San Lorenzo, time do qual era torcedor declarado desde a infância. O número de associado do pontífice era 88235.
A coincidência se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes. “El Papa Francisco murió a las 2:35 (hora Argentina) a los 88 años. Su credencial como socio de San Lorenzo: 88235”, diz uma publicação no X (antigo Twitter) que ultrapassou um milhão de visualizações. Jornais argentinos como Clarín e Marca também repercutiram a relação numérica, descrevendo-a como “incrível” e “chocante”.

Um torcedor apaixonado
O San Lorenzo, clube tradicional da Argentina, publicou uma homenagem emocionante ao pontífice. Em vídeo publicado nas redes, relembraram a trajetória de Jorge Mario Bergoglio como torcedor fiel — ou como dizem os fãs do clube, um “cuervo” de coração. “Nunca foi apenas mais um e sempre foi um dos nossos… Sócio N°88235. De Jorge Mario Bergoglio a Francisco, houve algo que jamais mudou: seu amor pelo Ciclón”, diz a nota oficial.
A ligação entre Francisco e o San Lorenzo era profunda e de longa data. Antes de se tornar Papa, ele celebrava missas no clube, especialmente em 1º de abril, data de fundação da equipe. A paixão teve início em 1946, ano marcante para o clube, que venceu rivais históricos como Boca Juniors e River Plate em uma campanha memorável. Camisas do time, inclusive, eram expostas com destaque em uma vitrine no Vaticano.
Em 2013, ano em que Bergoglio foi eleito Papa, o San Lorenzo quebrou um jejum de títulos nacionais e, no ano seguinte, conquistou pela primeira vez a Copa Libertadores. Entre os torcedores, cresceu a crença em “milagres” futebolísticos associados à chegada do argentino ao comando da Igreja Católica.
Último adeus
Após 12 anos de papado, Francisco faleceu em seu apartamento na residência de Santa Marta, no Vaticano. Ele se recuperava de uma pneumonia e havia passado 38 dias internado no início do ano. O Vaticano informou que ele será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma — uma escolha rara. A última vez que um Papa não foi enterrado na Basílica de São Pedro foi em 1903, com Leão XIII.
A coincidência entre a hora de sua morte e a identificação como sócio do San Lorenzo pode não passar de uma curiosidade matemática, mas para muitos fiéis e torcedores, é mais uma expressão simbólica de uma vida guiada por fé, simplicidade e paixão — dentro e fora dos campos.