Motoristas do Distrito Federal foram surpreendidos nesta quinta-feira (3) com um forte aumento no preço da gasolina comum, que em alguns postos chegou a R$ 6,89 o litro. O valor representa um salto em relação à média de R$ 6,23 registrada na última semana de junho, segundo dados da Petrobras.
O reajuste pegou a população desprevenida, especialmente porque a Petrobras não anunciou aumento recente no preço da gasolina vendida às distribuidoras. A última alteração informada pela estatal foi uma redução de R$ 0,17 em 2 de junho, com o litro da Gasolina A fixado em R$ 2,85 nas refinarias.
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF), o aumento foi provocado pelas distribuidoras, que vêm reajustando os valores desde a quarta-feira (2/7), mas sem apresentar justificativas claras.
O presidente do sindicato, Paulo Tavares, suspeita que a elevação tenha relação com o aumento do preço do álcool anidro — componente misturado à gasolina nas bombas. “O preço do anidro subiu mais de R$ 0,20 nas últimas semanas, o que pode explicar parte do reajuste”, afirmou.
Duto em manutenção pode agravar cenário
Outro fator apontado por Tavares é a manutenção no duto de Paulínia (SP), principal canal de abastecimento de gasolina para o DF e Goiás. O equipamento está fora de operação até a próxima segunda-feira (7), o que pode ter pressionado o custo do transporte e da logística na região.
O sindicato afirma estar em contato com as distribuidoras para entender com precisão as razões por trás dos aumentos e promete levar o caso aos órgãos de fiscalização caso não haja uma explicação razoável.
Consumidores reclamam e cobram transparência
O aumento inesperado gerou reclamações nas redes sociais e nas filas dos postos. Motoristas relataram o susto ao abastecer pela manhã. “Ontem paguei R$ 6,25. Hoje, no mesmo posto, está R$ 6,89. Ninguém avisou nada”, lamentou a assistente administrativa Luciana Vieira.
A elevação também reacende o debate sobre a transparência na formação de preços dos combustíveis e a necessidade de regulação mais rígida na relação entre refinarias, distribuidoras e revendedores.
Por enquanto, não há previsão de redução nos preços, e os consumidores devem continuar sentindo no bolso o impacto do reajuste nos próximos dias.