O Telescópio Espacial James Webb, operado (em parte) pela NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, fez uma descoberta fascinante: uma galáxia que, de acordo com os cientistas sabiam até então, não deveria poder existir. A partir de dados do telescópio, astrônomos identificaram uma galáxia espiral. O interessante? Ela se formou em uma época em que esse tipo de estrutura não existiria pelo que os cientistas sabem sobre a formação de galáxias.
Batizada de Alaknanda, essa galáxia recém-descoberta surgiu 1,5 bilhão de anos após o Big Bang, em uma época em que a maioria dos objetos ainda eram irregulares e caóticos. A descoberta desafiou o que cientistas sabem sobre o assunto, mostrando que galáxias complexas podem ter surgido muito mais rápido do que modelos atuais previam.
Segundo o Olhar Digital, o que chamou a atenção de especialistas nessa galáxia foi o seu grau de organização, com duas grandes espirais e um núcleo arredondado. Apesar de ser bem menor do que a nossa Via Láctea, a Alaknanda fascina por ser muito mais organizada do que deveria, considerando o período em que ela se formou. “Alaknanda tem a maturidade estrutural que associamos a galáxias bilhões de anos mais velhas”, afirma trecho do comunicado oficial da descoberta.
Outro ponto chamativo é o ritmo de formação de novas estrelas nessa galáxia, que forma cerca de 63 massas solares por ano, mais de 20 vezes a taxa da nossa Via Láctea. Cerca de metade dessas estrelas teriam se formado nos últimos 200 milhões de anos, período que, quando falamos de universo, é surpreendentemente rápido.
Como a galáxia Alaknanda ganhou seu nome?
A galáxia foi identificada pelos astrônomos Rashi Jain e Yogesh Wadadekar, do National Centre for Radio Astrophysics do Tata Institute of Fundamental Research (NCRA-TIFR). Também foram eles que escolheram o nome da descoberta. Anaknanda é um dos rios formadores do Ganga, na Índia. O nome da nossa Via Láctea em hindi é Mandakini, outro rio que forma do Ganga, então os nomes têm essa associação.



