A crise de intoxicação por metanol no Brasil levantou sérias preocupações sobre a regulação das bebidas alcoólicas. Desde o início de 2025, o país registrou um aumento significativo nos casos de intoxicação, com o Ministério da Saúde confirmando 47 casos e nove mortes.
Dentre as vítimas, seis óbitos ocorreram em São Paulo, dois em Pernambuco e um no Paraná. O metanol, uma substância altamente tóxica, tem sido ilegalmente adicionado a bebidas, tornando urgente a busca por medidas rigorosas de controle sanitário.
Casos de intoxicação por metanol
Os números alarmantes impulsionaram ações das autoridades de saúde, como a Anvisa e o Instituto Adolfo Lutz, que estão investigando a origem das bebidas contaminadas. De todos os estados brasileiros, São Paulo destaca-se pela maior quantidade de casos confirmados, seguido por Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Essa realidade expõe falhas no sistema atual de fiscalização e destaca a necessidade de uma revisão no modelo de regulação.
Monopólio estatal
Diante dessa emergência, ganha força a discussão sobre a adoção de modelos de regulação mais rígidos, inspirados em países como Canadá e Suécia. Estes países implementam um regime monopolista estatal para a distribuição de bebidas alcoólicas, assegurando controle rigoroso sobre qualidade e distribuição.
Em entrevista à BBC Brasil, o historiador Henrique Carneiro, professor de História Moderna da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Estudos Históricos das Drogas e da Alimentação (Lehda), defendeu o monopólio estatal sobre a distribuição de bebidas alcoólicas no atacado.
No contexto brasileiro, tal modelo não apenas reforçaria a fiscalização, mas também destinaria recursos adicionais para setores como saúde e educação.
Implementar um sistema semelhante no Brasil envolve diversos desafios. É necessário reformular o atual cenário econômico e fortalecer a infraestrutura de fiscalização.



