Os Estados Unidos iniciaram uma investigação abrangente sobre práticas de comércio digital envolvendo várias nações, inclusive o Brasil. O processo é conduzido pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) e foi impulsionado pelo presidente Donald Trump.
O objetivo é identificar práticas comerciais consideradas injustas que impactam negativamente a economia americana. Baseado na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, a investigação busca avaliar a possibilidade de implementação de sanções comerciais.
A iniciativa concentra-se no comércio digital do Brasil, com especial atenção ao uso do PIX e às decisões do Supremo Tribunal Federal relacionadas ao Marco Civil da Internet. Estas questões são vistas como potenciais desvantagens competitivas para empresas americanas de tecnologia.
Comércio digital
As práticas digitais do Brasil estão sendo analisadas devido ao seu impacto nas grandes empresas de tecnologia dos EUA, principalmente em relação ao controle de conteúdo e transferências financeiras.
A introdução do PIX no Brasil promoveu uma transformação nos pagamentos eletrônicos, que pode ser percebida como uma barreira competitiva para empresas americanas. Além disso, as decisões do Supremo Tribunal Federal relacionadas ao Marco Civil da Internet são vistas como possíveis retaliações contra plataformas norte-americanas.
Propriedade intelectual
Outro foco da investigação são as tarifas preferenciais que o Brasil concede a determinados parceiros comerciais, o que pode prejudicar produtos americanos ao enfrentar tarifas significativamente mais altas.
O USTR também destaca problemas com a proteção aos direitos de propriedade intelectual no Brasil. A falta de proteção eficaz tem resultado em um aumento de pirataria e falsificação de produtos, afetando negativamente as empresas americanas.
O processo investigativo tem previsão de término em setembro deste ano. Durante esse período, o USTR conduzirá audiências e coletará informações para fundamentar possíveis sanções.