A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global diante do aumento expressivo da circulação do vírus influenza em diferentes regiões do planeta, às vésperas da temporada de gripe no hemisfério norte, entre o fim de 2025 e o início de 2026.
Apesar da preocupação, a entidade reforça que não se trata de uma nova pandemia, mas de uma evolução relevante do vírus da gripe sazonal que exige monitoramento e ampliação das medidas de prevenção.
O crescimento dos casos está associado principalmente a uma nova variante do influenza A (H3N2), identificada como subclado K (ou J.2.4.1), que passou a se espalhar de forma acelerada a partir de agosto de 2025.

O que é a variante H3N2 subclado K
Segundo a OMS, o H3N2 é uma das cepas mais comuns da gripe sazonal e circula globalmente há anos. O que chamou a atenção das autoridades sanitárias foi o surgimento do subclado K, uma nova ramificação genética do vírus.
Em nota técnica, a organização informou que esse subclado apresenta mudanças genéticas em relação a versões anteriores, o que explica sua rápida disseminação em vários países. Ainda assim, os dados epidemiológicos disponíveis não indicam aumento da gravidade da doença, como maior taxa de internações graves ou mortes.
“A atividade global da gripe aumentou nos últimos meses, com maior detecção de vírus influenza A(H3N2). Embora seja uma evolução notável do vírus, não há evidências de maior severidade clínica até o momento”, destacou a OMS.
Pressão sobre sistemas de saúde preocupa autoridades
No Reino Unido, onde o subclado K se tornou dominante, autoridades de saúde já relatam impacto significativo nos hospitais. Dados do NHS England mostram que mais de 2,6 mil pacientes por dia foram internados com gripe em média na última semana — um recorde para este período do ano.
O cenário lembra a recente temporada de gripe na Austrália, considerada a mais intensa de sua história e vista como um indicativo do que pode ocorrer no hemisfério norte. Especialistas alertam para uma possível “onda de infecções” durante o inverno, especialmente entre idosos, crianças e pessoas com comorbidades.
Vacina segue como principal proteção
Apesar das mutações, a OMS afirma que as vacinas contra a gripe continuam sendo uma ferramenta essencial. Estimativas iniciais indicam que os imunizantes ainda oferecem proteção contra casos graves e hospitalizações, mesmo que a eficácia contra infecções leves possa variar.
“Mesmo quando há diferenças genéticas entre os vírus circulantes e as cepas incluídas na vacina, a imunização ainda reduz o risco de formas graves da doença”, reforçou a entidade.
A recomendação é que grupos de risco, profissionais de saúde e cuidadores mantenham a vacinação em dia, além de adotarem medidas básicas, como higiene das mãos e uso de máscara em caso de sintomas respiratórios.
Não é pandemia, mas exige atenção
A OMS enfatiza que o aumento dos casos ocorre dentro do comportamento esperado das epidemias sazonais, ainda que com início mais precoce e intensidade maior em algumas regiões. O monitoramento é feito pelo Sistema Global de Vigilância e Resposta à Gripe (GISRS), que reúne mais de 160 instituições em 131 países.
O alerta, segundo a entidade, serve para preparar sistemas de saúde e a população, e não para indicar um cenário semelhante ao da Covid-19.




