Um longa-metragem animado desenvolvido quase integralmente com inteligência artificial deve estrear em maio de 2026 no Festival de Cinema de Cannes. Intitulado Critterz, o filme é apoiado pela OpenAI, criadora do ChatGPT, e busca provar que a tecnologia pode reduzir tempo e custos de produção sem abrir mão da participação humana.
Com orçamento inferior a US$ 30 milhões (R$ 162,8 milhões) e apenas nove meses de desenvolvimento, o projeto destoa do padrão de Hollywood, onde animações costumam custar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões e levar até três anos para ficarem prontas.
A produção utiliza ferramentas da OpenAI, como GPT-5, DALL-E e Sora, em conjunto com trabalho humano. Artistas criaram esboços que foram alimentados nos modelos de IA para gerar cenários e personagens, enquanto atores profissionais dublaram os protagonistas.
Enredo e origens
A trama acompanha criaturas de uma floresta cuja harmonia é abalada pela chegada de um estranho, dando início a uma aventura de tom cômico e visual descrito como “onírico”.
O projeto começou em 2023 como um curta-metragem experimental do criativo Chad Nelson, da própria OpenAI. A repercussão positiva levou à expansão para longa, em parceria com a Vertigo Films (Londres) e o estúdio Native Foreign(Los Angeles). O roteiro foi escrito por parte da equipe responsável pelo sucesso Paddington: Uma Aventura na Floresta.
Reações em Hollywood
O lançamento acontece em meio a disputas legais entre estúdios de cinema e empresas de IA sobre direitos autorais e uso de dados no treinamento de modelos. A aposta da OpenAI é que Critterz sirva como vitrine para um novo modelo híbrido de produção, combinando agilidade tecnológica e criatividade artística.
Além disso, os cerca de 30 profissionais envolvidos participarão de um sistema de divisão de lucros, tentativa de responder às críticas sobre substituição de mão de obra pela automação.