O primeiro dia do Conclave, realizado no Vaticano para eleger o sucessor do Papa Francisco, terminou sem uma definição. A tradicional fumaça preta subiu da chaminé da Capela Sistina na noite desta quarta-feira (07), sinalizando que nenhum dos 133 cardeais presentes alcançou os dois terços dos votos necessários — um total mínimo de 89 — para se tornar o novo líder da Igreja Católica.
Desde a manhã, Roma respirava expectativa. O dia começou com a cerimônia na Basílica de São Pedro, conduzida pelo cardeal Giovanni Battista Re, de 91 anos, que invocou o Espírito Santo para iluminar os eleitores diante da complexidade dos tempos atuais. Logo após, os cardeais seguiram para a Capela Paulina, onde fizeram orações antes da solene entrada na Capela Sistina ao som da Ladainha dos Santos.
Dentro da capela, dominada pelos afrescos de Michelangelo e pelo silêncio ritual, os cardeais prestaram juramento de sigilo absoluto. Entre os votantes, sete brasileiros — entre eles Dom Jaime Spengler, que desponta como um dos nomes cotados, especialmente entre os cardeais franciscanos.

Próximos dias
Apesar da expectativa de uma possível decisão rápida, como ocorreu apenas uma vez desde o século 16, o resultado inicial frustrou os fiéis reunidos na Praça São Pedro. A fumaça preta só apareceu por volta das 21h (16h em Brasília), após um dia de longas deliberações.
Nesta quinta-feira (08/05), o Conclave continua com mais quatro votações previstas. Caso nenhuma delas resulte em um consenso, o processo seguirá nos dias seguintes. A grande diversidade do Colégio de Cardeais, ampliada durante o pontificado de Francisco, pode tornar a escolha mais demorada, mas também reflete um novo perfil da Igreja: mais global, mais representativo das periferias e dos desafios contemporâneos.
O mundo católico aguarda, atento, a próxima fumaça branca — o sinal que anunciará o 267º Papa da história da Igreja. Até lá, fé e paciência se tornam palavras de ordem na Praça São Pedro.