Cientistas revelaram a descoberta de uma nova espécie de ave na Amazônia, chamada sururina-da-serra (Tinamus resonans). Encontrada através de uma gravação do seu canto na Serra do Divisor, Acre, em 2021, essa ave tem características que remetem ao dodô, extinto em 1680.
O comportamento dócil e a falta de medo em relação aos humanos da sururina-da-serra levantam preocupações sobre sua possível extinção, dado o isolamento geográfico e os riscos ecológicos que enfrenta.

Características da sururina-da-serra
A sururina-da-serra destaca-se por sua plumagem de tom marrom e uma faixa escura ao redor dos olhos. Diferente de outros inhambus, que costumam ser tímidos, esta espécie demonstrou comportamento dócil, aproximando-se dos pesquisadores.

Seu canto é uma peculiaridade: os sons complexos ressoam pela floresta, confundindo a percepção de distância de quem ouve. Essas características tornam sua descoberta um marco na ornitologia.
A ilha ecológica na Serra do Divisor
Este novo pássaro habita uma faixa restrita na Serra do Divisor, comparada a uma “ilha no céu”. Esta região, situada na fronteira entre o Brasil e o Peru, é remota e ecologicamente única.
A sururina-da-serra vive acima de 300 metros de altitude, impondo-se altamente vulnerável às mudanças no ecossistema. A população da ave é estimada em cerca de 2.100 indivíduos, tornando-a suscetível a distúrbios ambientais.
Riscos ecológicos
Os riscos à espécie são diversos. Mudanças climáticas e desmatamento apresentam ameaças imediatas. Propostas de construção de rodovias entre Brasil e Peru podem acelerar a destruição de seu habitat.
Embora a área seja atualmente protegida, há preocupações de que o status possa ser enfraquecido, permitindo atividades de mineração. Tais mudanças poderiam ter impactos catastróficos sobre a já reduzida população.




