Muitas mulheres odeiam ter que fazer o Papanicolau, até então o único teste padrão para detectar o papilomavírus humano (HPV) – principal causa do câncer do colo do útero. Mas agora tem um novo teste chegando ao SUS (Sistema Único de Saúde) que promete ser capaz de detectar o HPV antes mesmo de surgirem lesões.
O teste DNA-HPV, que começou a ser implementado no SUS em agosto deste ano, é produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele consegue detectar 14 genótipos do vírus, responsáveis por cerca de 70% dos casos da doença.
Qual a diferença entre o teste DNA-HPV e o Papanicolau?
De acordo com a Superinteressante, esse teste é feito por (reação em cadeia da polimerase), uma técnica que amplifica pequenas quantidades de DNA do vírus. A coleta é um pouco parecida com o Papanicolau, consistindo em uma coleta de células do colo do útero. Mas ele tende a ser bem menos desconfortável do que o exame tradicional, já que esse teste mais moderno não exige a raspagem de muitas células, nem que elas sejam espalhadas manualmente em uma lâmina.
Infelizmente, o Papanicolau não fica 100% dispensado. Se o teste DNA-HPV mostrar sinal de infecção, o Papanicolau segue como exame de segunda etapa.
Outra diferença entre os dois tipos de exame é o intervalo entre eles. “Com o Papanicolau, a recomendação era repetir o teste a cada dois ou três anos. Com o teste de HPV, esse intervalo passa a ser de cinco anos, porque ele tem um valor preditivo negativo muito bom – ou seja, se o resultado é negativo, a probabilidade de câncer é muito baixa”, explica a patologista clínica Annelise Wengerkievicz Lopes, diretora da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), à Super.