Astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) anunciaram nesta quarta-feira (2) a descoberta de um misterioso objeto que pode ter vindo de fora do Sistema Solar. Batizado de A11pl3Z, o corpo celeste tem entre 10 e 20 quilômetros de diâmetro e chamou atenção pela órbita altamente excêntrica, o que sugere uma origem interestelar — ou seja, de outra região da galáxia.
Segundo Richard Moissl, chefe de defesa planetária da ESA, não há risco de colisão com a Terra. A passagem mais próxima do objeto será a 50 milhões de quilômetros, cerca de 100 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
A descoberta de A11pl3Z rapidamente repercutiu na comunidade científica por conta da excentricidade da sua órbita, medida que indica o quão alongado é o caminho do corpo em relação ao Sol.
- A11pl3Z tem excentricidade superior a 6, valor inédito entre objetos já identificados no Sistema Solar.
- Para comparação, Oumuamua, famoso corpo interestelar descoberto em 2017, tinha excentricidade de apenas 1,2.
- O cometa Borisov, detectado em 2019, também ficou pouco acima de 1.
Com essa trajetória, astrônomos acreditam que o objeto está apenas “de passagem” pelo Sistema Solar, vindo do espaço profundo e retornando para lá em breve. Isso o classifica como um dos corpos celestes mais extremos já registrados.
Apesar da origem aparentemente distante, um grupo de astrônomos independentes especula que A11pl3Z poderia ter passado próximo a Marte em algum ponto de sua trajetória. Embora ainda não haja evidências formais, a possibilidade de o objeto ter captado ou interagido com material marciano — ou até com formas microscópicas de vida — não foi descartada por completo.
Descoberta foi feita por estudante com pseudônimo “astrafoxen”
A detecção inicial de A11pl3Z foi feita pelo ATLAS Sky Survey, sistema de monitoramento astronômico, e revelada ao público por um jovem estudante que usa o nome “astrafoxen” nas redes sociais. Desde então, observatórios em diferentes partes do mundo têm reunido dados e registros fotográficos datados desde junho, para mapear com mais precisão sua trajetória.
A União Astronômica Internacional ainda precisa confirmar a classificação definitiva do objeto como corpo interestelar. Até lá, A11pl3Z segue em estudo ativo por cientistas e astrônomos amadores.