A suspensão do crédito consignado vinculado à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) impactou milhões de trabalhadores no Brasil. Desde 20 de agosto, os bancos pausaram a contratação deste tipo de crédito para que a Dataprev, empresa de tecnologia da Previdência, possa transferir contratos para uma nova plataforma governamental. A intenção é facilitar a mudança de contratos entre instituições financeiras.
A medida afeta diretamente trabalhadores que planejavam solicitar novos empréstimos ou realizar a portabilidade do crédito consignado. Enquanto a interrupção para novos contratos será de dois dias, o prazo para operações de portabilidade e refinanciamento pode se estender por até dois meses.
As taxas de juros do crédito consignado privado, atualmente em 55,6% ao ano, reforçam a necessidade de novas estratégias financeiras pelos trabalhadores.
Mudanças nos contratos e na portabilidade
No novo sistema, o crédito consignado não exige mais um convênio entre empresa e banco. As parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, com um limite de até 35% do salário do trabalhador.
Após a migração de 4 milhões de contratos, espera-se que o processo de portabilidade possa ser concluído online por meio de um aplicativo do governo.
Pressão por taxas menores
O total emprestado chegou a R$ 30 bilhões em 6,2 milhões de contratos, com a maior parte destinada a trabalhadores que ganham até quatro salários mínimos.
O Ministério do Trabalho e Emprego está ciente das elevadas taxas de juros e visa pressionar por condições mais favoráveis, embora a redução esperada ainda não tenha sido amplamente implementada.