A maioria dos gatos possui 18 dedos: cinco em cada pata dianteira e quatro em cada traseira. Mas alguns felinos nascem com um ou mais dedinhos extras, um traço chamado polidactilia. O recordista mundial, registrado pelo Guinness Book, tinha nada menos que sete dedos em cada pata, somando 28 almofadinhas!
Normalmente, os dedos adicionais aparecem só nas patas da frente. Mas há casos mais raros — e muito fofos — de bichanos que exibem a “superpata” também nas traseiras.
Segundo a veterinária Clara Whitmore, a polidactilia é resultado de uma mutação genética autossômica dominante. Isso significa que basta um dos pais transmitir o gene para que o gato nasça com o traço.
Embora seja mais comum em raças como o Maine Coon, qualquer felino pode nascer com dedinhos extras. A boa notícia: a condição não afeta a saúde dos animais. Na maioria dos casos, eles levam uma vida ativa e saudável, apenas com um charme a mais.
Dedos extras: só fofura ou vantagem real?
Apesar de parecer apenas um detalhe estético, os dedos adicionais podem oferecer pequenas vantagens práticas. Em alguns casos, funcionam quase como um “polegar” rudimentar, ajudando o gato a segurar objetos ou escalar com mais firmeza.
Ainda assim, não chegam a transformar o gato em um mini-humano com polegar opositor. O efeito é discreto, mas suficiente para dar um ar ainda mais especial a esses bichanos.
A colônia de Hemingway
Um dos episódios mais famosos ligados aos gatos polidáctilos vem da casa do escritor Ernest Hemingway, em Key West, na Flórida.
Nos anos 1930, um capitão de navio presenteou Hemingway com uma gata de seis dedos, chamada Snow White. Hoje, o antigo lar do autor abriga cerca de 60 gatos, muitos descendentes dela — e aproximadamente metade deles herdou a característica.
Por lá, é comum ver felinos com “luvinhas”, como se realmente tivessem um polegar. A cena virou atração turística e rende histórias encantadoras para visitantes.