A cena é comum: o semáforo fecha, o carro para e muitos motoristas aproveitam os segundos de espera para checar mensagens, trocar músicas ou responder notificações. Mas o hábito — amplamente difundido no Brasil — é proibido por lei e rende multa gravíssima, mesmo que o veículo esteja completamente parado.
Segundo o Sistema Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), 136 mil motoristas foram multados por uso de celular ao volante em 2023. A prática, além de frequente, está entre as principais causas de acidentes: é a terceira maior causa de mortes no trânsito, com cerca de 150 óbitos por dia, segundo estimativas citadas por especialistas.
Desde 2016, após alteração no artigo 252 do CTB, segurar ou manusear o celular enquanto dirige é infração gravíssima, mesmo com o veículo parado no semáforo ou imobilizado temporariamente no trânsito.
A multa é de:
- R$ 293,47
- 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação
Ou seja, basta estar com o carro ligado, em circulação ou parado momentaneamente, para ser autuado.
O uso do celular nas mãos — para digitar, ver a hora, checar mensagens ou atender — se enquadra na infração gravíssima. Já o uso do celular no viva-voz, com as duas mãos no volante, caracteriza infração média em algumas situações previstas em lei.
A regra muda apenas quando o veículo não está em circulação.
Se o carro estiver estacionado, com o motor desligado, o uso do celular é permitido — tanto o aparelho quanto fones de ouvido.
Fones de ouvido também geram multa
Motoristas usando fones nos dois ouvidos podem ser multados com:
- Infração média
- Multa de R$ 130,16
- 4 pontos na CNH
A infração também vale quando o veículo está apenas parado no sinal.
Uso do celular preocupa mais que velocidade e criminalidade
Uma pesquisa da Sem Parar, realizada durante a Semana Nacional do Trânsito, mostra que 76% dos motoristas consideram o uso do celular ao volante o maior risco no trânsito — acima de problemas como excesso de velocidade e violência urbana.
O estudo ouviu mais de 400 condutores e revelou:
- 69% já se envolveram em acidentes
- 1 em cada 4 relatou conflitos no trânsito
- 22% já foram vítimas de algum tipo de violência dentro do carro
Mesmo quem nunca passou por episódios de risco adotou medidas de autoproteção: 77% evitam permanecer parados por muito tempo dentro do veículo, e 71% evitam áreas consideradas perigosas.
O uso do celular tira a atenção do motorista por segundos — tempo suficiente para causar colisões, atropelamentos e engavetamentos. Por isso, a legislação considera o ato gravíssimo, independentemente do motivo ou da pressa do motorista.




