Na última quinta-feira (1º), faleceu no Rio de Janeiro a cantora Nana Caymmi, aos 84 anos, uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira. O irmão da artista, Danilo Caymmi, informou ao GLOBO que Nana estava internada há nove meses e sofreu uma “overdose de opioides”.
Opioides são medicamentos à base de ópio ou feitos para terem uma ação semelhante a ele. São analgésicos como fentanil, codeína e oxicodona, medicamentos considerados muito fortes. Com a orientação correta, explica o g1, são importantíssimos para garantir o bem estar de pacientes com câncer, em fase terminal, recuperando-se de cirurgias ou sofrendo com fortes dores.
Porém, o risco dos opioides é que eles oferecem um alto risco de dependência, principalmente se forem usados de forma recreativa e sem a indicação de um especialista. “Se a pessoa ‘errar a mão’ ou misturar doses, pode ter depressão respiratória e morrer. Nos EUA, isso acontece frequentemente com o fentanil”, explicou João Batista Garcia, diretor científico da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), ao g1.
Nos Estados Unidos, a “epidemia dos opioides” se tornou um problema de repercussão internacional. Em 2023, um estudo apontou que essa crise mata quase 80 mil estadunidenses por ano.
Os opioides são um problema no Brasil?
No Brasil, os opioides são legalizados e é necessário receita média para comprar esses medicamentos, mas o país tem um problema histórico quando o assunto é manejo da dor e muitos médicos evitam prescrever esse tipo de medicação.
Porém, o uso desse tipo de medicamento aumentou nos últimos anos. Entre 2009 e 2015, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelaram um aumento da venda do opioides no país de 500%. E esses números não contam as vendas ilegais, principalmente do fentanil. Mas vale destacar que, pelo menos por enquanto, os opioides não são uma epidemia no país como ocorre nos Estados Unidos.