Quem vive em áreas urbanas já se deparou com a cena: um par de tênis pendurado em fios de eletricidade, amarrado pelos cadarços. O gesto, aparentemente banal, é alvo de diferentes explicações — que variam conforme a cidade, o bairro ou até o país. Para alguns, trata-se apenas de uma travessura juvenil; para outros, pode ser um sinal de alerta.
A prática conhecida como shoefiti não tem um único significado universal. Especialistas apontam que o contexto cultural e social define a mensagem. Entre as interpretações mais comuns estão:
- Marca territorial: em alguns bairros, os sapatos indicam a presença de gangues.
- Tráfico de drogas: há regiões em que os pares marcam pontos de venda, embora em outros locais a ideia seja apenas mito urbano.
- Memoriais: em certos casos, funcionam como homenagem a pessoas que morreram.
- Brincadeiras: estudantes jogam os calçados para marcar formaturas ou ritos de passagem.
- Superstições: algumas culturas acreditam que pendurar sapatos afasta maus espíritos ou traz sorte.
- Uso prático: em países da África e da Ásia, sapatos servem para afastar fios e evitar curtos-circuitos.
Entre a irreverência e o risco
Embora cercada de folclore urbano, a prática não é inofensiva. Além do risco de choques elétricos, tênis pendurados podem danificar a rede elétrica ou de telefonia, causar interrupções de serviço e até acidentes, caso os fios cedam.
Autoridades lembram que jogar objetos nos cabos é perigoso e pode ser considerado crime, com punições previstas em lei.
Mistério que persiste
Apesar de menos frequente hoje em dia, o hábito resiste em diversas cidades, inclusive no Brasil. Seja como brincadeira, aviso ou protesto, os sapatos pendurados permanecem como parte enigmática da paisagem urbana, desafiando quem passa a adivinhar: qual é a história por trás daquele par de tênis no fio?