Você está conversando com alguém, tudo parece fluindo bem — e de repente, silêncio total. Sem briga, sem aviso, sem explicação. A pessoa te corta contato e desaparece da sua vida. Esse fenômeno tem nome: ghosting.
Esse tipo de afastamento inesperado costuma deixar insegurança, dúvidas e um sentimento de rejeição difícil de entender. E, apesar de doloroso, ele é cada vez mais comum.
O ghosting acontece quando “alguém simplesmente para de se comunicar com você, efetivamente desaparecendo sem dar qualquer explicação”. Em vez de conversar sobre o relacionamento — ou sobre o fim dele — a pessoa escolhe desaparecer.
Por que o ghosting se tornou tão frequente?
Especialistas entrevistados pelo portal Brides explicam que o comportamento cresceu junto com o aumento dos apps de relacionamento e das interações digitais.
A terapeuta Jordanne Sculler afirma que a era das redes sociais transformou conexões em algo mais descartável: há sempre a sensação de que existe “alguém melhor” a um clique de distância. Já o terapeuta Taylor Chodash aponta que a “gamificação do namoro” reduziu a responsabilidade emocional — facilitando que alguém simplesmente suma quando não quer ter uma conversa difícil.
Antes, como lembra a especialista Brittany “Bree” Jenkins, relações surgiam em círculos sociais reais. Evitar alguém tinha consequências. Hoje, quando um contato surge apenas pela internet, sem amigos em comum, sumir parece mais simples — e, para muitos, mais confortável.
Por que alguém some do nada? Cinco motivos comuns
De acordo com especialistas consultados pelo Brides, algumas razões são recorrentes:
1. Falta de maturidade emocional
Expressar que não quer continuar exige comunicação, empatia e responsabilidade — habilidades que muitas pessoas ainda não desenvolveram.
2. Medo de confronto
Para alguns, a simples ideia de uma conversa difícil é assustadora. Sumir parece a saída “menos estressante”.
3. Vida acelerada e busca por rapidez
Segundo Jenkins, o ritmo moderno — redes sociais, trabalho, demandas familiares — atrapalha a construção de vínculos. Se algo parece não encaixar rápido, o ghosting vira um atalho para encerrar.
4. Medo de vulnerabilidade
Pessoas com estilo de apego evitativo podem se afastar quando percebem que o envolvimento está ficando profundo.
5. Busca por gratificação imediata
Alguns não querem investir no processo de construir uma relação. Quando surge alguma dificuldade, preferem sumir do que enfrentar desconfortos.
Ghosting é sempre errado? Nem sempre.
Embora geralmente seja visto como comportamento prejudicial, os especialistas ressalvam:
em situações de risco, instabilidade, agressividade ou abuso, o ghosting é uma forma válida de autoproteção.
Se a pessoa demonstra comportamentos perigosos, cortar contato pode ser a atitude mais segura.
Fora esses cenários, porém, especialistas recomendam sempre uma comunicação mínima — mesmo que breve e delicada — para encerrar a relação de forma mais humana e menos traumática.




