Um forte clarão cortou o céu do Nordeste e assustou moradores de diversas cidades na noite desta segunda-feira (8). Relatos e vídeos vieram de municípios como Sobral, Horizonte, Independência e Guaraciaba do Norte, no Ceará, além de regiões do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Muitos pensaram se tratar de um OVNI, mas astrônomos confirmaram que o fenômeno foi causado pela passagem de um meteoro de grande luminosidade.
Segundo o astrônomo Lauriston Trindade, da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o objeto entrou na atmosfera a cerca de 180 mil km/h (50 km/s).
“Deve ter surgido em algum ponto no Sertão Central, seguindo na direção Oeste. Esse meteoro não estava previsto, embora a gente esteja se aproximando da chuva de meteoros Geminídeas”, explicou Trindade ao portal Termômetro.
A intensidade da luz chamou atenção de moradores e rapidamente tomou as redes sociais. Vídeos exibem um rastro claro cruzando o céu por alguns segundos antes de desaparecer.
Fenômeno foi um “bólido”, diz especialista
O astrofotógrafo Alexandro Mota, que registrou o evento em Conceição do Coité (BA), classificou o meteoro como um bólido — termo usado para corpos celestes que produzem luminosidade excepcional ao se desintegrarem na atmosfera.
Segundo ele, o clarão foi visto de forma simultânea em diversas cidades do Ceará e da Bahia. “O brilho foi muito intenso, algo que se destaca entre os fenômenos do tipo”, afirmou Mota.
Não houve registro de estrondos nem de queda de fragmentos, o que indica que o meteoro se desintegrou completamente antes de atingir o solo.
Sem riscos, mas com valor científico
Apesar do susto, especialistas afirmam que o fenômeno não oferece risco à população. Esses eventos, embora raros, ajudam cientistas a entender melhor o comportamento de pequenos corpos celestes que passam próximos à Terra.
Os vídeos enviados por moradores serão utilizados por instituições como a Bramon para calcular a trajetória e estimar o tamanho do meteoro. Observações como essa são importantes para o monitoramento de asteroides e objetos próximos à Terra (NEOs).




