O número de casos de HIV em Fiji cresceu drasticamente nos últimos dez anos, atingindo mais de 1.000% de aumento. Em 2024, foram registrados 1.583 novos casos, destacando um crescimento abrupto em relação aos anos anteriores.
A epidemia de HIV em Fiji é impulsionada principalmente por práticas de risco associadas ao uso de drogas injetáveis e pela prática conhecida como bluetoothing.
Em janeiro de 2025, o governo de Fiji declarou um surto nacional de HIV para combater essa crise. O aumento dos casos está estritamente relacionado a comportamentos de alto risco e a uma infraestrutura de saúde insuficiente para controlar a situação.
Impacto do uso de drogas injetáveis
O uso de drogas injetáveis está intimamente ligado à disseminação do HIV em Fiji. A metanfetamina cristalina, consumida principalmente por via intravenosa, é um dos principais fatores dessa propagação.
As farmácias, sob supervisão rigorosa, exigem receita médica para a compra de seringas, o que torna difícil o acesso a materiais de injeção seguros.
A falta de programas eficazes para prevenção e redução de danos, aliada ao estigma cultural em torno do HIV, complica ainda mais a situação. Muitas vezes, as iniciativas de combate à doença ficam a cargo de organizações não-governamentais.
Bluetoothing: compartilhamento de risco
O bluetoothing é uma prática em que usuários de drogas compartilham sangue após a injeção de drogas, utilizando a mesma seringa. Isso ocorre para dividir o custo das doses e pela falta de seringas disponíveis, exacerba o problema ao aumentar seriamente o risco de transmissão do HIV.
Acesso limitado à educação e programas de saúde reforça o ciclo epidêmico, ampliando as dificuldades das ONGs em distribuir seringas e preservativos.