Pioneiro ao apostar exclusivamente em menus degustação na capital baiana, o restaurante Origem, comandado pelos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, foi eleito o melhor do Brasil em 2025, segundo o ranking anual Os 100 Melhores Restaurantes do Brasil, da revista Exame. A publicação, lançada nesta quarta-feira (24), contou com a avaliação de 65 jurados, entre jornalistas, críticos e influenciadores especializados em gastronomia.
O Origem, que já figurava entre os primeiros colocados na edição anterior, conquistou a liderança ao ser citado por 27 jurados. A casa de Salvador desbancou nomes consagrados como o carioca Lasai (2º lugar) e o curitibano Manu (3º lugar), além dos paulistanos Tuju (4º) e Maní (5º).
Um manifesto gastronômico
Mais do que uma experiência sensorial, o Origem se consolida como um restaurante com discurso. Na atual temporada, o menu intitulado “Nossas Heranças” resgata e homenageia elementos da culinária baiana como forma de resistência histórica. A sequência de pratos — dividida em quatro atos — é uma reverência aos povos originários e às mulheres negras que sustentaram famílias e culturas durante o período colonial.

Entre os destaques, estão a carne de sol com lentilha beluga e farofa de beiju e o cabrito com purê de abóbora defumada, couve crocante e paçoca de carne-seca. A proposta custa R$ 380 (sem harmonização) e R$ 700 (com harmonização).
“Essas mulheres deram início ao empoderamento feminino por meio da gastronomia”, afirmam os chefs.
O restaurante faz parte do Grupo Origem, que hoje soma sete operações gastronômicas em Salvador, incluindo o Orí, também citado no ranking (55º lugar).
A Bahia no topo
A edição 2025 reflete a força da cozinha baiana. Além do Origem, Salvador emplacou mais seis casas entre as 100 melhores: Manga (9º lugar), Dona Mariquita (27º), Orí (55º), Bóia (61º), Amado (71º) e Casa de Tereza (80º), além do restaurante Preta, localizado na Ilha dos Frades, que aparece na 94ª posição.
O Manga, por exemplo, é liderado pelo casal Dante e Kafe Bassi e se destaca pela criatividade e sofisticação de seus pratos no bairro do Rio Vermelho. Já o tradicional Dona Mariquita, da chef Leila Carreiro, mantém viva a cozinha ancestral do Recôncavo.
Diversidade de sabores e territórios
O levantamento envolveu cerca de 500 estabelecimentos indicados pelos jurados, cobrindo as cinco regiões do país e 23 cidades, entre capitais e municípios do interior. A pluralidade do ranking — que nesta quarta edição incluiu 29 novos nomes — reforça a missão de mapear o cenário gastronômico brasileiro em sua amplitude.