A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) o primeiro corte no preço da gasolina desde 2023. A redução de 5,6% no valor do litro repassado às distribuidoras entra em vigor nesta terça-feira (3) e representa R$ 0,17 a menos por litro, fazendo com que o preço médio passe de R$ 3,02 para R$ 2,85.
Segundo estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a queda pode refletir em uma redução de até R$ 0,12 para o consumidor final, dependendo da região e da estrutura de distribuição local.
Apesar da diminuição nos preços das refinarias, o impacto nas bombas de combustíveis não será uniforme. Isso ocorre porque o valor final pago pelos motoristas inclui impostos, margens de lucro de distribuidoras e revendedores, além da obrigatória mistura de 27% de etanol anidro à gasolina.
De acordo com a Abicom, em regiões atendidas por refinarias privadas ou importadores, os preços devem permanecer inalterados, já que esses fornecedores não acompanharam a política de congelamento de preços da Petrobras ao longo do último ano.
Gasolina acumula alta anual de mais de 7%
Mesmo com o reajuste negativo, a gasolina ainda registra alta acumulada de 7,16% nos últimos 12 meses, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em maio, o preço médio do litro nos postos brasileiros era de R$ 6,28, podendo cair para R$ 6,16 com o novo corte.
No mesmo período, o etanol lidera entre os combustíveis com aumento de 12,3%, enquanto o diesel já havia sido reajustado para baixo três vezes em 2025, totalizando uma redução de 4,66% apenas no mês passado.
Corte acompanha cenário internacional
A decisão da Petrobras vem após semanas de pressão do mercado internacional, já que o preço da gasolina praticado pela estatal estava, até 30 de maio, cerca de 3% acima dos valores internacionais. Com o novo ajuste, a empresa busca maior alinhamento com o mercado global, mantendo sua política de preços baseada em fatores como competitividade e custo de importação.
Ainda segundo a estatal, considerando a inflação acumulada entre dezembro de 2022 e junho de 2025, a gasolina nas refinarias acumula uma queda real de 17,5%.