Um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi desmantelado em agosto. Comandadas pela Polícia Federal e Ministério Público, as operações revelaram um complexo esquema de sonegação fiscal e adulteração de combustíveis. Desde 2019, o PCC teria desviado R$ 52 bilhões e sonegado R$ 7,6 bilhões em tributos.
Investigadores descobriram que o PCC utilizava a fraude de “bomba fraudada”, onde a quantidade de combustível entregue era manipulada. Além disso, a importação irregular de metanol, desembarcado no Porto de Paranaguá, era utilizada para adulterar combustíveis, com o metanol compondo até 50% da gasolina vendida. Essa prática, além de enganar os consumidores, eliminava intermediários, aumentando os lucros ilícitos.
Rede de fintechs e lavagem de dinheiro
Segundo as investigações, o PCC não apenas controlava a adulteração de combustíveis, mas também lavava os lucros por meio de uma rede de fintechs, empresas de fachada e fundos de investimento. Estas entidades, aparentemente legais, mascaravam as atividades criminosas, facilitando o fluxo e a proteção dos recursos financeiros.
Dados revelaram que, em um dia, postos de combustíveis chegaram a receber 12 mil depósitos em espécie.
Mandados de prisão e foragidos
Na operação, foram cumpridos 14 mandados de prisão, abrangendo oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Seis indivíduos foram presos, entre eles Joao Chaves Melchior e Italo Belon Neto, enquanto Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, permanecem foragidos.