A aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto de lei que impede descontos automáticos em benefícios do INSS gerou debates significativos. A medida aprovada busca proteger aposentados e pensionistas de deduções não autorizadas, reconfigurando operações financeiras para esse público.
Enquanto proíbe cobranças associativas, o texto libera adiantamentos com risco de endividamento.
As discussões sobre o tema ganharam força após revelações de irregularidades que desviaram R$ 6,3 bilhões nos últimos cinco anos.
A operação desse dispositivo permitirá a reestruturação das ofertas de crédito por bancos, criando um novo modelo para beneficiários do INSS. Diferente do crédito consignado com limites de juros claros, essa medida não obriga a eliminação de encargos financeiros.
A flexibilização pode elevar custos, impactando o orçamento dos aposentados e preocupando setores governamentais e entidades sociais quanto ao risco de endividamento da população idosa.
Histórico de demandas
A decisão do Congresso surgiu em um cenário já turbulento. Em maio deste ano, o INSS suspendeu concessões de antecipações salariais devido a denúncias de taxas abusivas e falhas normativas.
Criado em novembro de 2022, o sistema visava garantir segurança em emergências, mas logo foi alvo de suspeitas, necessitando ajustes. Esses problemas culminaram na ação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) em abril, com a Operação Sem Desconto visando mitigar fraudes massivas.
Revelações da Operação Sem Desconto
A Operação Sem Desconto expôs esquema de descontos não autorizados afetando milhares de aposentados. O impacto financeiro chegou a bilhões de reais, instaurando investigações que resultaram em prisões e bloqueios de ativos.
Os responsáveis enfrentam acusações de fraude e manipulação de dados previdenciários, evidenciando falhas no sistema de gestão de benefícios.
Restituições
Diante das irregularidades detectadas, o governo tomou medidas para ressarcir os beneficiários lesados. Desde julho, mais de R$ 1 bilhão foi devolvido a vítimas de cobranças ilegais.
Um fundo de emergência foi criado para garantir esses pagamentos, mas os desafios permanecem. O projeto de lei agora aguarda avaliação do Senado, adicionando novas camadas à discussão sobre a gestão previdenciária.