Carros elétricos são reconhecidos por custos menores de manutenção e maior eficiência mecânica em comparação aos modelos a combustão. No entanto, um defeito específico pode gerar um prejuízo elevado ao proprietário: a substituição da bateria, componente mais caro do veículo, que pode custar até R$ 80 mil quando fora da garantia.
Embora esse cenário seja raro, ele concentra a principal preocupação de consumidores que avaliam a compra de um automóvel elétrico no Brasil.
Diferentemente dos motores a combustão, que possuem dezenas de peças móveis sujeitas a desgaste, o motor elétrico tem estrutura simples, com apenas um componente móvel — o rotor. Isso reduz drasticamente a necessidade de manutenção mecânica.
Já a bateria funciona como o “tanque de energia” do veículo e responde pela maior parte do custo de produção. Sua vida útil está diretamente relacionada aos ciclos de carga e descarga. Um ciclo completo ocorre quando 100% da bateria é descarregada e recarregada, seja em uma única recarga total ou em várias cargas parciais.
Fabricantes estimam que as baterias modernas ultrapassem 10 anos de durabilidade, dependendo do uso e da tecnologia empregada.
Garantia protege o consumidor por até oito anos
Montadoras como BYD e Renault oferecem garantia média de oito anos ou cerca de 160 mil quilômetros para o conjunto de baterias. Durante esse período, eventuais falhas são cobertas, afastando o risco de um custo elevado para o proprietário.
Fora da garantia, porém, a substituição do pack completo segue uma regra consolidada no setor: o valor da bateria pode representar de 30% a 50% do preço de um carro novo.
Quanto custa trocar a bateria de modelos populares
BYD Dolphin e Dolphin Mini
A BYD utiliza a tecnologia Blade, baseada em fosfato de ferro-lítio (LFP), conhecida pela alta resistência e segurança estrutural. A robustez, no entanto, tem preço elevado.

Estimativas de mercado indicam que o custo de um pack completo para o BYD Dolphin e Dolphin Mini varia entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. No mercado paralelo, com peças retiradas de veículos sinistrados, os valores podem cair para a faixa de R$ 25 mil a R$ 35 mil, sem garantia oficial.
Renault Kwid E-Tech
O Renault Kwid E-Tech utiliza uma bateria menor, de 26,8 kWh, o que reduz o custo de reposição em relação a modelos com maior capacidade. Especialistas estimam valores entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.

Um diferencial do modelo é a refrigeração a ar e a construção menos integrada ao chassi, o que pode facilitar a troca modular de células defeituosas, reduzindo custos fora da rede autorizada.
Risco é menor do que parece
Apesar dos valores elevados, especialistas apontam que a chance de o proprietário precisar pagar pela troca da bateria é baixa. Estudos indicam que baterias modernas perdem apenas 10% a 15% da capacidade após cerca de 200 mil quilômetros rodados.
Na prática, isso significa que, quando a bateria chegar ao fim da vida útil, o veículo provavelmente já terá sofrido desgaste significativo em outros componentes ou se tornado tecnologicamente obsoleto, tornando a substituição completa economicamente inviável.




