A greve dos professores da rede pública do Distrito Federal entrou em seu quinto dia nesta quinta-feira (5), após assembleia da categoria decidir pela manutenção do movimento grevista. O encontro com representantes do Governo do DF, realizado com apoio da Casa Civil e da Secretaria de Educação, não resultou em acordo.
De acordo com a Secretaria de Educação, 242 das 713 escolas públicas aderiram totalmente à paralisação. Outras funcionam parcialmente, com cerca de 15% a 20% dos profissionais paralisados.
O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) reivindica reajuste salarial, reestruturação da carreira e a nomeação de profissionais aprovados em concurso. O governo, por sua vez, propôs:
- Convocação de 3 mil professores em dezembro de 2025, com posse em janeiro;
- Prorrogação do concurso atual, que vence em julho;
- Novo concurso público a ser lançado;
- Elaboração do novo plano de carreira com acompanhamento do Tribunal de Justiça do DF.
A proposta, no entanto, foi considerada insuficiente pelo sindicato, que convocou uma nova assembleia para o dia 10 de junho.
Greve declarada abusiva e judicializada
A Justiça do DF declarou a greve abusiva e autorizou o corte de ponto dos servidores paralisados, além de impor uma multa diária de R$ 1 milhão ao sindicato. O Sinpro-DF recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a multa, por decisão do ministro Flávio Dino.
“O direito à greve está previsto na Constituição e deve ser exercido com responsabilidade, mas também respeitado quando motivado por descumprimento de obrigações do poder público”, afirmou Dino na decisão liminar.
A greve preocupa pais e alunos, principalmente diante da proximidade do fim do primeiro semestre letivo. Escolas parcialmente fechadas ou com ausência de professores têm dificultado a continuidade das aulas e aumentado a ansiedade entre responsáveis, que temem perdas no aprendizado e eventuais prejuízos à frequência mínima exigida por lei.
Com a nova assembleia marcada para a próxima terça-feira (10/6), o impasse continua. O sindicato aguarda uma nova proposta que contemple avanços concretos na carreira docente e na valorização da educação pública no DF.