Nos Estados Unidos, as autoridades federais de saúde devem relacionar o aumento das taxas de autismo na população ao uso de paracetamol na gravidez. O paracetamol é o ingrediente ativo de um remédio muito comum no mundo inteiro, o Tylenol. De acordo com uma matéria do The New York Times, cientistas já vem pesquisando uma possível conexão entre as duas coisas há anos, mas, até então, as pesquisas tiveram resultados inconclusivos.
“O autismo está totalmente fora de controle… Acho que talvez tenhamos um motivo para isso”, declarou o presidente Donald Trump a repórteres. “Se há uma dúvida, mesmo que haja uma dúvida, você simplesmente faz, certo?”.
A nova indicação do governo estadunidense é que pessoas grávidas tomem o paracetamol apenas em casos de febre alta. Lembrando que a dipirona, muito usada para isso no Brasil, é proibida lá nos EUA.
Desde 2000, os diagnósticos de autismo aumentaram muito, o que não significa necessariamente que os casos aumentaram, mas, sim, que com a maior conscientização sobre o transtorno, agora os casos são mais facilmente identificados.
Existe alguma ligação entre paracetamol e casos de autismo?
De acordo com a BBC Brasil, existem sim estudos mostrando uma “pequena ligação” entre o uso do medicamento durante a gravidez e casos de autismo, mas essas pesquisas não são consistentes e não comprovam uma relação de causa entre os dois.
O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (associação desses profissionais nos EUA) afirma que o paracetamol é um dos únicos analgésicos seguros para gestantes. “Estudos realizados no passado não mostram evidências claras que comprovem uma relação direta entre o uso prudente de paracetamol durante qualquer trimestre e problemas de desenvolvimento de fetos”, afirmou o grupo, segundo a BBC.