O patrimônio da família Marinho, controladora da Rede Globo, voltou a crescer de forma expressiva em 2024. De acordo com levantamento da revista Forbes, os três irmãos que comandam o conglomerado — João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho — somam agora uma fortuna estimada em US$ 9 bilhões, o equivalente a R$ 51 bilhões na cotação atual.
No ranking anterior, de 2023, os herdeiros apareciam com US$ 6,2 bilhões (cerca de R$ 35,4 bilhões). O salto de US$ 2,8 bilhões (R$ 16 bilhões) em apenas um ano representa uma valorização de aproximadamente 45%, resultado que chama a atenção mesmo diante da oscilação do câmbio.
Cada um dos irmãos aparece individualmente com US$ 3 bilhões (R$ 17 bilhões). Eles são filhos do jornalista e empresário Roberto Marinho, que fundou a TV Globo em 1965. O quarto filho do patriarca, Paulo Roberto, morreu em 1970, vítima de um acidente de carro.
Grupo Globo e diversificação de negócios
O império da família não se limita à televisão. Além da TV Globo, os Marinho são proprietários de veículos como o portal G1, o serviço de streaming Globoplay, as rádios CBN e Globo, além de jornais, revistas e a produtora Globo Filmes.
Fora do setor de mídia, há investimentos diversificados. Um dos mais conhecidos é a Fazenda Sertãozinho, em São Paulo, de propriedade de Roberto Irineu Marinho, onde é produzido o café gourmet Orfeu, marca voltada para o mercado premium de consumo.
Reestruturação impulsiona resultados
O crescimento da fortuna acompanha a recuperação financeira da Globo. Em 2023, os ativos da empresa somavam R$ 27 bilhões. Já em 2024, o valor subiu para R$ 30,9 bilhões. O lucro líquido mais que dobrou, passando de R$ 838 milhõespara R$ 1,9 bilhão.
Esse desempenho está ligado a um processo de reestruturação profunda, que incluiu cortes de custos, venda de ativos e mudanças em diferentes áreas de produção e gestão. Embora o grupo tenha enfrentado críticas pela demissão de nomes consagrados da dramaturgia, a estratégia trouxe ganhos financeiros expressivos.