A capital paulista e cidades da Grande São Paulo enfrentam mais de 24 horas de apagões após a passagem de um ciclone extratropical que provocou rajadas históricas de vento. Na manhã desta quinta-feira (11), 1,28 milhão de imóveis permaneciam sem energia, segundo a Enel.
Na cidade de São Paulo, o número chega a mais de 890 mil unidades consumidoras, afetando quase 20% da população atendida.
O impacto mais grave atinge a rede municipal de saúde. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que 114 unidades, entre UBSs, ambulatórios e pontos de vacinação, seguem sem fornecimento desde quarta-feira (10). Atendimentos foram suspensos e consultas estão sendo remarcadas.
Segundo a pasta, geradores a diesel foram acionados para manter serviços essenciais funcionando.
Para evitar perda de vacinas e insumos, materiais foram remanejados para locais abastecidos. A secretaria diz manter contato “permanente” com a Enel, pedindo prioridade no restabelecimento das unidades de saúde.
Enel continua sem previsão de retorno total
A concessionária Enel afirma ter mobilizado equipes que trabalharam durante a madrugada, reduzindo o total de imóveis sem luz de 2,2 milhões para 1,28 milhão. Ainda assim, a empresa confirmou ao UOL que não há previsão de normalização completa.
A crise também provocou falhas no abastecimento de água em regiões como Americanópolis, Cangaíba, Parelheiros, Parque do Carmo, Sacomã, Vila Clara e Vila Formosa.
A Enel, alvo de críticas desde 2023 por episódios semelhantes, diz ter colocado mais de 1.600 profissionais nas ruas para reparos.
Trânsito afetado, quedas de árvores e mortes
A prefeitura registrou 336 quedas de árvores, das quais 267 já foram retiradas. Outras 55 dependem da liberação da Enel para conclusão dos trabalhos. Equipes municipais permanecem em regime emergencial para liberar vias e acessar equipamentos públicos.
O vendaval também deixou três mortos no estado:
- Um homem soterrado em Campos do Jordão;
- Uma mulher atingida por um muro no Jardim Sapopemba;
- Um zelador que caiu de uma árvore no centro da capital ao tentar remover galhos.
A Rede Lucy Montoro recebeu apoio da Defesa Civil para manter geradores operando sem interrupção. Segundo o governo estadual, não houve prejuízo nos atendimentos.




