A definição de quem pertence à classe A, ou classe alta, no Brasil, varia conforme o critério utilizado — mas todas as estimativas apontam para um grupo pequeno e de alta concentração de renda. Segundo levantamento da Tendências Consultoria, famílias com renda mensal acima de R$ 24,8 mil são classificadas como pertencentes à elite econômica, o que representa apenas 3,9% dos lares brasileiros.
Em 2025, com o salário mínimo projetado em R$ 1.509, especialistas indicam que uma família que recebe 20 salários mínimos mensais ou mais — cerca de R$ 30 mil por mês — pode ser considerada parte da classe A. Essa faixa de renda é geralmente associada a um padrão de vida que permite moradia em áreas valorizadas, acesso a serviços privados de saúde e educação, e capacidade de poupança e investimento.
No caso de uma renda individual, quem ganha acima de R$ 4.275 por mês já está entre os 5% mais ricos do país, segundo dados de percentis de renda. Em um domicílio de quatro pessoas, isso equivaleria a R$ 17.100 mensais — um valor próximo ao início da faixa da classe A, dependendo da metodologia.
O contraste é marcante quando comparado à base da pirâmide social. Quase metade dos domicílios brasileiros (49,9%)pertence às classes D e E, com renda mensal de até R$ 3,3 mil. Já a classe média (C) representa 31,2% dos lares, com rendimentos entre R$ 3,3 mil e R$ 8 mil, enquanto a classe B reúne 15%, com renda entre R$ 8 mil e R$ 24,8 mil.
Juros altos favorecem os mais ricos
A Tendências Consultoria projeta que a renda da classe A deve crescer 6,6% em 2024, impulsionada pela manutenção dos juros em níveis elevados e pela valorização dos rendimentos de capital. A elite empresarial e o alto funcionalismo público, que concentram boa parte da renda dessa faixa, tendem a ser menos impactados por crises econômicas.
Por outro lado, a falta de reajustes expressivos em programas sociais e a revisão de benefícios assistenciais devem limitar o avanço da renda nas classes mais baixas.
Diferenças regionais
O custo para ser considerado “rico” no Brasil também muda conforme a região. Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, o patamar de renda necessário para manter o estilo de vida da classe A pode superar R$ 35 mil mensais, devido ao preço elevado da habitação, da educação e dos serviços.
Em contrapartida, em cidades médias do interior, uma renda entre R$ 20 mil e R$ 25 mil já pode garantir o mesmo nível de conforto e consumo.




