O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do Brasil, agora também contempla pessoas que trabalham com carteira assinada, desde que se enquadrem nos critérios de renda e vulnerabilidade social estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). A atualização nas regras, válida a partir de julho de 2025, amplia o acesso ao benefício para grupos em situação de maior risco social, mesmo que estejam formalmente empregados.
Atualmente, mais de 20,8 milhões de famílias são atendidas pelo programa. O valor mínimo pago é de R$ 600, podendo ser maior conforme a composição familiar.
Estar empregado com carteira assinada não impede o recebimento do Bolsa Família, desde que a renda mensal familiar por pessoa não ultrapasse R$ 218. Isso significa que o programa passou a considerar que a formalização no mercado de trabalho não necessariamente tira a família da situação de vulnerabilidade, especialmente em empregos de baixa remuneração.
Exemplo:
Se uma família tem três pessoas e a única renda da casa é um salário mínimo (R$ 1.518), a renda per capita é de R$ 506 — o que é superior ao limite do programa. No entanto, se a família tiver seis pessoas e a mesma renda total, a renda per capita seria de R$ 253, o que já pode ser considerado, dependendo da atualização cadastral e de outros critérios complementares, como as novas regras de prioridade.
Quem tem prioridade no novo Bolsa Família?
Com a Portaria nº 1.907/2025, o governo passou a dar prioridade no ingresso ao Bolsa Família a novos grupos em situação de extrema vulnerabilidade, entre eles:
- Famílias com pessoas em situação de rua
- Famílias com pessoas em risco social associado à violação de direitos
- Famílias com pessoas em risco de insegurança alimentar, segundo dados do Ministério da Saúde
Esses grupos se somam aos já previstos desde 2023:
- Famílias com integrantes em trabalho infantil
- Famílias libertas de condições análogas à escravidão
- Catadores de materiais recicláveis
- Famílias quilombolas e indígenas
Essas categorias serão incluídas na folha de pagamento do programa já em julho de 2025, de acordo com o governo federal.
Quais são os benefícios pagos pelo Bolsa Família?
O valor base do programa é de R$ 600 por família, mas pode aumentar com os benefícios adicionais, conforme a composição familiar. Veja os principais:
- R$ 150 por criança de até 6 anos
- R$ 50 por gestante ou por criança/adolescente de 7 a 18 anos
- R$ 50 (por seis meses) para nutrizes (mães de bebês com até 6 meses)
Dessa forma, famílias maiores ou com crianças pequenas podem receber valores significativamente maiores.