A classificação por classe social tem papel central na formulação de políticas públicas e na condução dos debates político e econômico no Brasil. No entanto, não há consenso nem metodologia única para definir quem pertence à classe baixa, média ou alta.
Uma das formas mais comuns de categorização é a divisão da população em três grupos equivalentes de 33%, conforme sua renda. Apesar de amplamente utilizada, essa abordagem simplifica excessivamente a realidade brasileira e desconsidera desigualdades regionais.
Uma alternativa proposta por economistas é a segmentação da população em três grandes faixas de renda, cada uma com cerca de 70 milhões de brasileiros. Essa abordagem reduz distorções e fornece um parâmetro mais adequado para políticas públicas.
Nesse modelo, considera-se pertencente à classe média uma pessoa que viva em um domicílio com renda per capita de até R$ 880. Já os integrantes do terço mais rico da população são aqueles cuja renda domiciliar per capita ultrapassa R$ 1.761.
Segundo análises de especialistas, esse método oferece maior precisão para orientar políticas de transferência de renda.
Outras formas de estratificação
Outra forma de estratificação é adotada pela Tendências Consultoria, que utiliza a renda familiar total como critério. De acordo com essa metodologia, aproximadamente 50% da população brasileira pertence às classes D e E, com renda total de até R$ 3.500 por domicílio.
A classificação leva em conta o rendimento habitual de todos os trabalhos, além de benefícios sociais como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadorias, pensões e outras fontes de renda, como seguro-desemprego, pensão alimentícia, doações e aluguel.
Renda média em alta
Dados mais recentes do IBGE (junho de 2025) indicam que a renda média mensal do trabalhador brasileiro chegou a R$ 3.457, o maior valor registrado em mais de dez anos, com crescimento de 3% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Esse avanço está relacionado à queda da taxa de desemprego, que atingiu 6,2% em maio, e ao crescimento do emprego formal, que ultrapassou a marca de 37 milhões de trabalhadores com carteira assinada.