O ícone da moda Giorgio Armani morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos, em Milão. O Grupo Armani confirmou a informação em comunicado à imprensa, destacando que o estilista “se foi pacificamente, cercado por seus entes queridos”. Reconhecido por transformar o design minimalista em sinônimo de sofisticação e por vestir gerações de celebridades, Armani também construiu uma fortuna estimada em US$ 12,1 bilhões (cerca de R$ 66 bilhões). Agora, a grande questão é: quem ficará com esse império da moda?
Armani nunca teve filhos e não era casado legalmente com o companheiro de longa data, Leo Dell’Orco. Por isso, não deixa herdeiros diretos. No entanto, o estilista preparou cuidadosamente um plano de sucessão, antecipado em entrevista ao Financial Times uma semana antes de sua morte. Segundo ele, o comando da grife ficaria com “aqueles mais próximos”, numa transição gradual.
Documentos obtidos pela agência Reuters confirmam que a irmã, Rosanna, e os sobrinhos Silvana, Roberta e Andrea — todos já envolvidos no dia a dia da empresa — estão entre os escolhidos. Dell’Orco, colaborador e parceiro por décadas, também integra o grupo sucessor.
Testamento empresarial
As regras de sucessão, definidas em 2016, vão além da partilha financeira. Elas estipulam que o Grupo Armani deve manter sua independência e não poderá abrir capital nem passar por fusões e aquisições nos próximos cinco anos. Armani também determinou que o estilo da marca — “essencial, moderno, elegante e sem ostentação” — seja preservado, garantindo continuidade criativa.
Outro ponto importante do plano é a criação de uma fundação filantrópica, que receberá parte do patrimônio e deverá investir em causas sociais, perpetuando o legado do estilista para além da moda.
O futuro da grife
Com receita líquida de € 2,3 bilhões (R$ 14,6 bilhões) apenas no último ano, o Grupo Armani é um dos maiores impérios privados do setor de luxo. O novo comando terá a missão de equilibrar a tradição da casa com os desafios de um mercado em transformação, sem trair a visão de seu fundador.
Com a morte de Giorgio Armani, o mundo da moda perde um de seus maiores criadores, mas seu legado — tanto criativo quanto empresarial — já tem destino traçado.